Archive for the ‘Carnaval’ Category

Carnaval e fantasias

5 de março de 2011

Durante muito tempo tempo o carnaval se resumia a “três dias de folia e  brincadeira” como na marchinha de Zé Queti. 

Carnaval de 1946

Carnaval em família, 1945

A  expectativa era grande e a preparação idem. Na família o grande barato era inventar e confeccionar as fantasias, cuidando para não gastar demais.  A preparação era em casa mesmo porque afinal, naquele tempo, toda mulher prendada sabia costurar e máquina de costura era equipamento tão importante como um computrador hoje em dia. E que belas fantasias: ciganas, melindrosas, princesas de alhures e até onde ia a imaginação.

1957, Carnaval da nova geração

O tempo foi passando e carnaval seguia coisa séria na família.  Em Ibicuí a nova geração se incorporou à tradição e foram vários carnvais de alegria pelas ruas e no clube da cidade.  Quantas histórias. 

Quando eu cheguei nas paradas o ritmo já era outro.  Ainda tivemos alguns carnavais em família, alguns bailes no ,na Tijuca. Cheguei a frequentar um destes e registrei no ano passado em “outros carnavais”, aqui

R. Pinheiro Machado, Carnaval de 1966

Fantasias usei poucas. Mas para que os amigos possam se divertir com o tema, aqui está:  coisa de índio também. 

Fotos: Carnaval de 45, 46, 57  e 66 (acervo pessoal Cariocadorio, proibida reprodução sem autorização prévia).

Carnaval em outros tempos

13 de fevereiro de 2010

Marina no Carnaval de 44

Este ano, como há muitos anos, fico longe do carnaval carioca.  Eu nunca fui mesmo muito animado, ao contrário dos meus pais, que se conheceram no carnaval de 45, e da maioria dos cariocas ao longo do século passado. Era comum ver o pessoal fantasiado nas ruas e o baú de fotos da família está cheio de exemplos desta alegre prática.   

Até lá pelos anos sessenta e início dos setenta os pais ainda vestiam as cirianças com fantasias pelo menos para celebrar o carnaval.  Eu já não me lembro de ter vestido meus filhos com fantasias.  Antigamente, nesta época, as rádios só tocavam marchinhas e músicas de carnaval.  Minha mãe conta que não se ouviam outras músicas nas rádios.    

Myrthes, a Cigana Rica de 49

Cariocadorio no Carnaval de 66

O mundo mudou muito e os carnavais também.   No carnaval de 1965 (ou 66 ou por aí), meu pai e eu acordamos muito cedo e fomos para a Av. Presidente Vargas na esperança de ver um pouco do desfile das escolas de samba.   E vimos muito muito bem. Ficamos por ali olhando pelas aberturas entre uma arquibancada e outra. De repente o guarda deixou que um grupo de pessoas subisse na arqubancada de madeira.  Dali assistimos tranquilamente uma belíssima Vila Isabel que homenageou a Disney e, se não me engano,  perdeu pontos por isso.  Logo depois a Mangueira com o inesquecível samba da homenagem a Monteiro Lobato.  Jamais esqueci este carnaval e durante muito tempo cantava inteiro o samba de Mangueira:  “e assim, neste cenário de real valor, fez-se o mundo encantado, que Monteiro Lobato criou” ….  

Carnaval em Família, 1970

 Com o incentivo do Tio Iro que não perdia um carnaval, brincamos diversos carnavais formando um grupo em família.  A fantasia era a mesma pra todo mundo.  Um desses foi no ano de 1970, no clube Trasmontano na Tijuca.  Depois disso, apenas pequenas incursões no “Escravos da Mauá”, mesmo asim só nos ensaios das  sextas-feiras.  

Carnaval de 2007

Durante algum tempo assisti ao desfile pela televisão. Até dormir em frente da tela, é claro.  Recentemente senti vontade de voltar à Avenida para ver as Escolas de Samba.  Gostei, mas agora acho que já vi o suficiente.  O carnaval de hoje me atrapalha mais a vida do que me diverte.  Coisas da idade…

Fotos: Carnavais de 45, 49, 66 e 70 (acervo pessoal Cariocadorio, proibida a reprodução sem autorização prévia); Carnaval de 2007, by Cariocadorio.  

A Cigana Rica

7 de novembro de 2009
1949 A Cigana e o Carro

Carnaval de 1949 - Cigana Rica

A Cigana Rica se preparava para brincar o Carnaval de 1949. 

Esta foto é parte de uma série de quatro tiradas no mesmo dia na pacata rua Raul Barroso no Lins de Vasconcelos.   Se alguém souber a marca do carro, agradeço informar.  A placa dá pra ver bem: Distrito Federal 26 18.

A casa no fundo da foto fica na Rua Dona Romana.  No fundo vê-se um morro que é por onde passam a rua Araújo Leitão e, mais acima, a estrada Grajaú – Jacarepaguá. 

A principal proposta deste espaço é falar sobre o Rio de Janeiro. Falar do Rio como ele é, discutir como poderá vir a ser e lembrar como o Rio já foi.  Contei isso para uns poucos e o meu amigo Adriano me chamou a atenção para um site com fotos do Rio de alguns anos atrás: foi um Rio que passou. Gostei e mantenho um link pra ele na coluna da direita (blogroll). Deste a gente chega em vários outros sobre o mesmo tema, igualmente interessantes. Vale o tour.

Estes sites me incentivaram a buscar umas fotos no baú da família.  Achei muita coisa que pode ser interessante para além destes limites. Outra  descoberta foi como fotos antigas ficam bem quando digitalizadas, mesmo em um scanner bem simples.  Esta “Cigana Rica” é a primeira experiência.  Afinal, sem ela não haveria este blog.    Podem culpá-la por tudo isso. 

Foto: A Cigana e o Carro, 1949.  Acervo pessoal, Cariocadorio – proibida a reprodução sem autorização prévia.