Alguém pode se lembrar das casas noturnas da Praça Mauá que, por sinal, abrem a qualquer hora do dia se houver cliente. Não se preocupem, elas estão ali desde sempre e fazem parte do folclore da área. Não incomodam.
A degradação é fruto do abandono e da irresponsabilidade que vêm de longe. A praça em si é ocupada por moradores de rua. As calçadas por camelôs, tendas de frutas, puxadinhos de lojas e bares, guaritas de empresas de ônibus, lanchonetes a céu aberto com TV e sujeira pra todo lado. Além disso, mais que ocasionais vazamentos de esgoto, que afloram pelos bueiros das calçadas, e bancas de jornais mal instaladas fazem caminhar ali um inferno.
Parece que o plano de revitalização da zona portuária,o Porto Maravilha, vai resolver tudo isso. Mas o que se constrói maravilhoso não permanece assim se não for mantido com o mesmo fôlego empreendedor com que foi concebido, executado e inaugurado por políticos e empreiteiras.
Cuidar da Praça Mauá poderia ser muito mais fácil e simples. Bastaria remanejar os pontos de ônibus e táxi para a Sacadura Cabral e fazer, como está na moda, um mini choque de ordem. Mas não, isso não daria voto pra ninguém. Deixa acabar pra obra ser grande.
O maior símbolo da degradação é o estado de ruína de prédios históricos como o palácio D. João VI e o edifício “A Noite”. Este que foi o maior arranha-céu da América Latina, abrigou as rádios que marcaram época na cultura brasileira e hoje é a casa de uma instituição da importância do INPI. Vejam nas fotos.
A “marquise” de madeira está aí no prédio há vários anos, sem que obra alguma tenha sido feita há outros tantos. Antes desta, outra que chegou a similar estado de deterioração. Não se trata de um local ermo, abandonado. Por aqui passam milhares de pessoas diariamente. É inacreditável. Se um transeunte se ferir, pra falar o mínimo, alguém será resposnável por isso? Quem? O síndico do prédio, a prefeitura , o segurança da portaria ou o próprio incauto cidadão ?

"A Noite" Tr. do Liceu
Se for pra escolher entre um e outro, resolva-se primeiro o que causa risco a vida e, depois , os problemas estéticos. Pra certas coisas não precisa muito dinheiro, apenas um mínimo de responsabilidade.
Diante da real possibilidade de levar com um sarrafo de madeira na cabeça, escorregar no cocô não é a pior coisa do mundo para o cidadão que transita pela nossa Praça Mauá.
Fotos by Cariocadorio: Pr.Mauá x R.do Acre (outubro de 2009); Palácio D.João VI em ruinas (outubro de 2009); “A Noite ” Tr. do Liceu x R.do Acre (outubro de 2009); “A Noite ” Tr. do Liceu (outubro de 2009);
Tags: 1 Rios de outrora, degradação, Edifício A Noite, INPI, Palácio D.João VI, Porto do Rio, porto maravilha, Praça Mauá, responsabilidade, Rio, Sacadura Cabral, zona portuária
31 de outubro de 2009 às 13:42 |
Entretanto, as Lojas Americanas estão investindo bastante nesta área: além de seu escritório, ela comprou a área onde o DETRAN fazia vistorias há alguns anos.
Este mês ela comprou o antigo prédio da LBV, inclusive o estacionamento onde eu estacionava o meu carro até ontem (30 Nov 2009).
1 de novembro de 2009 às 12:57 |
Isso é uma boa notícia. É essencial a participação da iniciativa privada em associação com o poder público que tem a responsabilidade de assegurar a ordem urbana da região.
13 de novembro de 2009 às 11:13 |
É uma pena. O local é histórico, o nome é histórico, respira-se história ali. O D. João VI é muito bonito mas… Ouço falar de reurbanização da área há mais de 20 anos.
Um arquiteto conhecido meu participou de um concurso pra reurbanização da área há uns 22 aos atrás. O concurso foi realizado. Ficou no sonho.
Minha esposa chegou a trabalhar numa das empresas de consultoria que faziam o planejamento urbano do Rio de forma apartidária, ou seja independent do partido que estivesse no poder. Isso há quase 20 anos. Vi alguns dos projetos. Absolutamene não eram mirabolantes, eram totalmente viáveis. Dependia apenas de intenção dos governos. Ficou no papel…
22 de maio de 2011 às 02:10 |
[…] aflora na claçada Em outubro de 2009, já falávamos no problema de abandono da Praça Mauá neste post aqui. A situação não mudou muito assim como não é muito diferente em diversos outros lugares do […]