Archive for novembro \27\-03:00 2009

Pic-Nic na Ilha da Pompeba

27 de novembro de 2009

A data só foi decidida depois de muita discussão porque, como sempre, tinha gente demais dando palpite. Ficou acertado que o passeio seria no dia 18 de junho.  Logo já estava reservado o barco e definidos os responsáveis (os de sempre) pela bebida e pela comida.  Coisas essenciais sendo este um pic-nic  numa ilha. Só havia uma coisa que não puderam garantir:  o tempo.  

Quando me comunicaram, fiquei preocupado.  Eu não tinha a menor idéia de onde ficava a ilha da Pompeba. Seria na baía de Guanabara, próxima à Angra dos Reis ou na região de Búzios? Além disso, achei  muito estranho marcarem o passeio para uma segunda-feira. Mas confesso que a minha maior preocupação era a mesma dos demais.  Será que eu conseguiria chegar a tempo?  

De barco, a caminho da Ilha da Pompeba

Pai e filha

Graças a Deus não choveu e, naquele dia 18 de junho de 1934, o pic-nic na ilha da Pompeba foi um estrondoso sucesso…  Vovô, que conheci tão sério, fazia graça posando de paletó e gravata sobre o calção de banho.  Titia estava super comportada como convem a uma moça séria curtindo o noivado.  

O grupo, muito divertido, aproveitou para tocar os sucessos da temporada nos violões, pandeiro e cavaquinho. 

Na Ilha da Pompeba - 1934

Infelizmente, quando eu finalmente descobri onde fica a Ilha da Pompeba já era tarde demais. Eu não consegui chegar a tempo, atrasado que estava pelo menos uns bons vinte e tantos anos. 

Aprendi também que, desde o famoso pic-nic, as atividades naquela ilha mudaram um pouco.  Os contrastes temporais podem ser vistos nos elementos deste artigo. Eu não sei, mas após ver o registro abaixo de uma recente festa na ilha da Pompeba, todos hão de concordar que o passar de setenta e cinco anos faz um mundo bem diferente. Será mesmo? 

Fotos: “Pic-nic na ilha da Pompeba em 18/6/934” – acervo pessoal Cariocadorio – proibida a reporodução sem autorização prévia. Video:Fê dançando sem parar” (caso o autor desautorize o uso, favor informar).

Um dia, um cão

22 de novembro de 2009

Depois de muito pensar decidimos ter uma casa na serra. Tranquilidade, esportes e um clima mais gostoso que o calor do Rio de Janeiro fazem muito bem para recarregar as baterias no fim de semana.  Encontramos uma casa  do jeito que queríamos.  Um pouco mais do que podíamos mas ainda assim fechamos o negócio. 

Meg atenta

Durante as negociações avisei ao proprietário que não poderíamos ficar com o caseiro e muito menos com o cão.   Conversa daqui e dali e ele nos convenceu que o Sr. Daniel  era ótimo e que valia a pena ficar também com o cão. Decidimos, em comum acordo com o Sr.Daniel, fazer uma experiência. 

 E lá estava eu com um segundo animal doméstico.  Uma gata (Tai, de “Um dia, um gato“) e  um cão.  Para não fugir da regra o cão é uma cadela, que atende pelo nome de Meg. Quer dizer, atende quando o Sr. Daniel manda, porque os donos da casa conseguem muito pouco com ela.  

A Meg é um pastor alemão que já vai para os seus 8 anos de idade. Tem sempre um ar um pouco triste, exceto talvez quando late ferozmente para os raros transeuntes daquela rua tranqüila.  Ela impõe respeito mas é extremamente afetuosa e carente da  companhia de humanos.  

Meg Tristonha

Quando o Sr. Daniel não está ela invariavelmente penetra na casa.  No início ainda conseguíamos que nos atendesse um pouco mas a Meg logo aprendeu que não podemos com ela.  Entra rápido e se joga no chão.  Quanto mais a gente tenta tira-la do lugar mais ela se ancora de alguma forma.  Já tentei arrastá-la pela coleira mas o bicho é muito pesado e além disso tem um bocão cheio de dentes.  Não acredito que vá  usar contra mim mas prefiro não abusar da certeza.  Certa vez neste processo de arraste ela simplesmente se agarrou na porta com as partas dianteiras. 

Mas sua maior arma é aquele olhar que pede para deixá-la onde está.  Eu não me deixo impressionar por isso mas acabo concordando que fique.  Só pra não contrariar a esposa, é claro.   A Meg é um ser boníssimo … e já faz parte…

Meg Tranquila

Fotos by Cariocadorio, Meg (novembro de 2009) 

Contrastes cariocas

18 de novembro de 2009

A igreja da Penha

Ficamos apreciando fotos antigas do Rio de Janeiro na esperança de resgatarmos os momentos mais belos da cidade, quando os verdes das florestas e os azuis dos céus e dos mares ainda não haviam sido violentados por intervenções, arranha-céus e poluições.   Estas intervenções podem ser favoráveis à natureza, podando-lhe arestas, domesticando seus impulsos e tornando-a mais em harmonia com o homem. Infelizmente para o Rio, a natureza que se traduz em Cidade Maravilhosa tem sido muito mal tratada. Imensos blocos de concreto, ocupação irracional, usurpação de florestas e o pior dos males, a poluição: ampla, geral e irrestrita. 

Se olharmos para o contorno da ilha do Governador a partir da Linha Vermelha o que vemos são milhares de garrafas pet.  Após uma cheia nos rios os sacos plásticos são o que vemos presos nas margens.  E na Lagoa Rodrigo de Freitas, plásticos.  Não precisa ser ambientalista xiita nem estudioso do tema para concluir que estes produtos do petróleo são vilões da mais alta estirpe.  Todo mundo já leu alguma coisa sobre quanto tempo levam para se decomporem.  Enquanto isso, resistentes, vão se acumulando, sujando, entupindo, alimentando enchentes  e outras mazelas.

Não faz tanto tempo assim, para os mais velhos é claro, vivíamos muito bem com garrafas de vidro e sacolas de papel nos supermercados.  Um pouco antes, trocávamos as garrafas vazias, levávamos às compras nossas próprias bolsas de pano e carrinhos de feira. Não era tanto sacrifício assim. 

Educação ajuda mas precisa de ajuda.  A gente só aprende quando mexem no nosso bolso.  Se não fossem as multas até hoje ninguém usaria cinto de segurança.  A solução não é difícil:  imposto alto para estas coisas práticas e  incorrigíveis.  No mínimo façamos com que valha a pena reciclá-las para tirá-las de circulação.  

Mas a natureza aqui é tão pujante que parece resistir a tudo.  Por mais que nos esforcemos, custa muito acabar com essa beleza toda. Se olharmos pelo ângulo certo o Rio de Janeiro continua lindo, apesar de sujo e cheirando mal.

O Cristo Redentor

Fotos by Cariocadorio:  A igreja da Penha (novembro de 2009); O Cristo Redentor (outubro de 2009)

Porto maravilha (2)

15 de novembro de 2009

O plano de revitalização da zona portuária está mostrado na página do Porto Maravilha.  No formato de apresentação oficial da Prefeitura do Rio, tem informações históricas da região, os detalhes do projeto, orçamentos etc.  É muito interessante e vale a pena visitar.

Manterei um link na seção Blogroll na coluna da direita.

Além da apresentação acima, há diversos videos e animações promocionais do projeto de revitalização da zona portuária.  Estão disponíveis no Youtube. Alguns links estão copiados abaixo:

Porto maravilha, Rio de Janeiro (este é oficial da prefeitura do Rio. É o mais recente, 8/10/2009,  e o mais completo):

http://www.youtube.com/watch?v=P5FVL9vfWm8&feature=related

Porto Maravilha:

http://www.youtube.com/watch?v=hsjscFO3JTM&feature=related

Túnel da Providência:

http://www.youtube.com/watch?v=hkeuE7WzsVA&feature=related

Novo cais, novos Piers

http://www.youtube.com/watch?v=yeuh3C02LmM&NR=1

Nova Praça Mauá, garagem subterrânea e veículo leve 

http://www.youtube.com/watch?v=G1r41crtJqg –

AquaRio

http://www.youtube.com/watch?v=u5GjwFwEsEQ&feature=related

Reportagem do UOL: Região portuária do Rio começa a ver a luz no fim do túnel

http://www.youtube.com/watch?v=8XVC2e24wiE&feature=related

Estádio do Maracanã – 1950

11 de novembro de 2009
Estádio Municipal 1950 R1

Maracanã (junho de 1950)

Verso Estadio Municipal R1

Verso da Foto

O Maracanã, Estádio Municipal do Rio de Janeiro, começou a ser construído em 1948 com o objetivo de ser o palco maior da Copa do Mundo de 1950.  E foi, pena que deu no que deu.  No triste dia do Maracanazo, todos os cariocas daquele tempo, vivos ou mortos, estiveram no estádio. 

A inauguração deu-se um pouco antes da Copa, em 16 de junho de 1950 com uma partida entre Cariocas (1) e Paulistas (3).  Didi foi o autor do primeiro gol no estádio.  Tendo em vista a  presença do madeirame de construção da cobertura, concluí que as fotos foram tiradas neste dia.  Imagino que já não estivessem ali para a primeira partida da Copa logo depois.  Além disso, no verso diz que a foto foi recebida em 12/7/1950, provavelmente em S.Paulo por correio.   Também do verso da foto notei que o nome “Maracanã” deve ter vindo um pouco depois.  O estádio tornou-se oficialmente “Mario Filho” anos mais tarde em homenagem ao jornalista, grande incentivador da obra.  Não pesquisei para verificar detalhes destas informações. Se alguem conhece a história e a cronologia das obras e do nome do estádio ou identifica a partida da foto,  por favor ajude com comentários. 

Só muito depois de conhecer o Maracanã  vim a saber que o nome oficial é Estádio Jornalista Mário Filho, atavés do Nelson Rodrigues.  Na midia dos anos 60 e 70 ele era o único cronista que insistia em chamar o estádio pelo nome oficial em homenagem ao seu irmão.   Faz sentido.

Estadio Municipal 1950 a

Ainda em Construção

A construção só ficou pronta mesmo em 1965.  Nesta foto podemos ver o cuidado com a segurança. Tem gente por cima do madeirame e até no teto da cobertura. 

Foram feitas diversas reformas no Maracanã.  De 2005 a 2007, o estádio ficou fechado por diversos períodos para as obras do Pan.  Destas eu me lembro bem. Nunca explicaram direito os estouros de orçamento e atraso nas obras. Agora, com a copa de 2014, teremos mais um longo período de fechamento para mais obras e mais gastos do dinheiro público.  Sou capaz de apostar que para as Olimpíadas será necessária mais uma reformazinha.   Isto faz parte das minhas preocupações com estes super eventos.

Nota: algumas informações foram tiradas da Wikipedia.

Fotos:  Acervo pessoal, Cariocadorio – proibida a reprodução sem autorização prévia.

DKW Vemag

9 de novembro de 2009
1962 Abel e DKW Av Brasil

DKW Vemag na Av. Brasil

A Vemag foi uma das pioneiras na fabricação de carros no Brasil.    O DKW Vemag modelo Belcar da foto é de 1958.  Um dos primeiros carros fabricados no Brasil se excluirmos os Romi Isettas. 

A foto é de 1962, na Av. Brasil.  Não sei exatamente em que local da avenida e muito menos a linha do lotação que passava por ali naquela hora.  O pessoal costumava marcar o encontro na Av. Brasil antes de uma viagem de fim de semana.  Neste caso foi um passeio a Teresópolis.  Aliás é melhor os outros chegarem logo porque o vovô já está ficando impaciente. 

Alguém pode imaginar marcar encontro com esta tranquilidade em plena Av. Brasil de hoje?

Foto: Vemag na Av. Brasil (1962).  Acervo pessoal, Cariocadorio – proibida a reprodução sem autorização prévia.

A Cigana Rica

7 de novembro de 2009
1949 A Cigana e o Carro

Carnaval de 1949 - Cigana Rica

A Cigana Rica se preparava para brincar o Carnaval de 1949. 

Esta foto é parte de uma série de quatro tiradas no mesmo dia na pacata rua Raul Barroso no Lins de Vasconcelos.   Se alguém souber a marca do carro, agradeço informar.  A placa dá pra ver bem: Distrito Federal 26 18.

A casa no fundo da foto fica na Rua Dona Romana.  No fundo vê-se um morro que é por onde passam a rua Araújo Leitão e, mais acima, a estrada Grajaú – Jacarepaguá. 

A principal proposta deste espaço é falar sobre o Rio de Janeiro. Falar do Rio como ele é, discutir como poderá vir a ser e lembrar como o Rio já foi.  Contei isso para uns poucos e o meu amigo Adriano me chamou a atenção para um site com fotos do Rio de alguns anos atrás: foi um Rio que passou. Gostei e mantenho um link pra ele na coluna da direita (blogroll). Deste a gente chega em vários outros sobre o mesmo tema, igualmente interessantes. Vale o tour.

Estes sites me incentivaram a buscar umas fotos no baú da família.  Achei muita coisa que pode ser interessante para além destes limites. Outra  descoberta foi como fotos antigas ficam bem quando digitalizadas, mesmo em um scanner bem simples.  Esta “Cigana Rica” é a primeira experiência.  Afinal, sem ela não haveria este blog.    Podem culpá-la por tudo isso. 

Foto: A Cigana e o Carro, 1949.  Acervo pessoal, Cariocadorio – proibida a reprodução sem autorização prévia.

Porto Maravilha, a Perimetral

6 de novembro de 2009

De certo que é muito feia a Perimetral.  Um trambolho cinza escuro que impede a vista do mar. O Rio que tem vocação para o mar e, mais até que montanha, o Rio que é o mar.  É certo que a Praça Mauá é muito melhor sem o elevado.  Não há o que discutir:  o Rio fica  mais bonito, mais humano e mais moderno sem o elevado da Perimetral. 

Só tem um problema: não estamos discutindo construir ou não o elevado.  Ele já está lá.  Cabe discutir tirá-lo dali ou não.  Ou seja, demolir um trecho enorme de um elevado daquele tamanho ou não (como diria Caetano).

091024 Maua e Perimetral
A Perimetral na Praça Mauá

  Eu sou contra derrubar o elevado.

 Pelo seguinte:

  1. Custo do desmonte e da construção da alternativa.  Mesmo que a grana venha da iniciativa privada como estão dizendo.  Se for possível obter contra-partida da iniciativa privada por alguma razão, que eles construam escolas e hospitais e os mantenham por uns tantos anos. Afinal, não somos os Emirados Árabes.
  2. O trânsito na região.  Quem circula por ali sabe da dificuldade de trânsito mesmo com a Perimetral.  Engarrafa todos os dias a partir das 8:00 na direção centro e das 16:00 pro outro lado. Sexta-feira então… Além disso,  o que vai acontecer com o trânsito na Av. Venezuela, na Rio Branco, na Visc. de Inhaúma?  A solução proposta é uma passagem subterrânea.  Com o tráfego que existe na Perimetral, esta devia ser  mais uma opção,  não uma substituição.
  3.  Será que os arquitetos não conseguem fazer o elevado compor de alguma forma com a paisagem para evitar derruba-lo?  Concordo que é difícil.  Mas fizemos o Aterro, Brasília, somos a terra de Niemeyer, Sérgio Bernardes, Jaime Lerner  e tantos outros.    
091024 Spoleto e Maua 033

Perimetral Engarrafada

Este assunto tem que ser bem discutido para que derrubar o elevado não seja uma burrice maior do que tê-lo construído.

Fotos by Cariocadorio : A Perimetral na Praça Mauá (outubro de 2009);  Perimetral engarrafada (outubro de 2009)

O homem e sua próstata

1 de novembro de 2009

Quando o desconforto ao urinar começou a acontecer  com mais freqüência,  Marcello Senna  tinha acabado de concluir o seu MBA em Princeton e chefiava o setor financeiro de uma indústria brasileira em Suwanee, pequena cidade da Georgia nos Estados Unidos. Tudo ia bem na sua vida. Estela era uma esposa belíssima, aliás ainda é (esposa do Marcello e belíssima) e os gêmeos, Liana e Rafael, eram ótimos filhos. 

A situação piorou um pouco no final de outubro quando as temperaturas começaram a baixar.  Aquela provável infecção urinária teimava em não passar por conta própria.  Decidiu que a primeira visita que faria nas férias seria ao Julinho, seu médico de longa data, assim como de todos nós da turma de 76 do Colégio Pedro II.   

O que mudou o rumo da história foi a comemoração dos 10 anos de sucesso daquela empresa brasileira na América.  A turma da comunicação caprichou em tudo.  Visitas à fábrica, torneio pro-am de golfe, tudo de primeira qualidade para agradar aos clientes vindos de todo mundo.

091101 champagne

Champagne

O gran finale foi o evento chamado Degustação dos Deuses. Absolutamente impecável.  Organizado e conduzido por um fresquíssimo chef francês, vinhos e pratos sofisticados eram servidos em seqüência: Champagne Duval Leroy com caviar russo, Chablis com ostras ao limão e um inesquecível Souternes com foie gras francês. Marcello, que  era  apreciador apenas ocasional de vinhos,  exagerou um pouco naquela noite.

Acordou de madrugada para ir ao banheiro como já era habitual. Para seu desespero, apesar da enorme vontade de urinar produzia apenas um filete insípido.  Após repetir o processo várias vezes, acordou pela manhã decidido a não mais adiar para a vinda ao Rio a consulta médica.  Naquele mesma fria manhã de sábado foi a uma clínica local. 

A cordial recepcionista verificou o plano de saúde e pediu que esperasse na sala ao lado.  A Dra. Melissa J. Young o atenderia prontamente.     

Enquanto imaginava como seria a doutora com tão belo nome (Melissa Young…), Marcello divertia-se com seu hobby predileto: cinema.  Conhecia de tudo mas os clássicos de Hollywood, sabe-se lá porque, eram os seus favoritos.  Costumava mentalizar  cenas inteiras para distrair-se e afastar as preocupações da sua vida agitada. Assim fazia quando uma dulcíssima voz feminina permeou aquele mundo de sonhos.  Num instante a voz, o perfume e a presença da inebriante doutora dominaram seus sentidos. Ela era linda: uma Rita Hayworth moderna, uma sílfide.   Ainda sem fôlego acompanhou a Dra. Young ao consultório. 

Respondeu às perguntas da anamnese procurando disfarçar seu encantamento. Quando ela pediu que acompanhasse sua assistente e tirasse a roupa na sala ao lado ele o fez automaticamente. Sentado na maca de exames vestindo  um ridículo avental aberto, ele viu aquela Deusa entrar na sala e gentilmente posicioná-lo na maca. Na seqüência a Dra. Young introduziu-lhe firmemente o dedo indicador buscando o diagnóstico para suas mazelas.  O inusitado toque na próstata fez Marcello voltar à terra e gemer de dor e de vergonha. 

091030 exame prostata

Exame de Próstata

Recomposto em suas roupas mas não em seu orgulho próprio, Marcello escutava as recomendações da doutora, os exames de sangue e urina, a prescrição de remédio e o diagnóstico provável. O mais importante, porém, seria procurar o quanto antes um especialista.   E escreveu o nome do médico a ser consultado:  Dr. Leonard E. Gay.  No caminho de casa Marcello pensava que se a Dra. Melissa Young fizera o que fez, o que faria o Dr. Gay? 

Estela jamais soube do rápido caso do marido com a Dra. Young.  Durante cinco anos Marcello sofreu as noites de insônia urinária, as dificuldades das longas reuniões de diretoria e outros inconvenientes. Somente então confessou-se ao Julinho e concordou em ver um especialista brasileiro. 

Um ano após uma simples cirurgia de raspagem de próstata, um renascido Marcello comenta orgulhoso:  “Agora o vaso sanitário treme quando eu aponto pra ele”.

Nota: Esse artigo é especialmente dedicado a todos aqueles que já passaram por isso. Porque medo de dentista, medo de falar em público, medo da morte…todos têm os seus medos.  Mas o  medo maior do macho humano, por vários motivos, é o exame de próstata. 

Fotos:  Champagne, by Thurion Laurence, Flickr;  Exame de Próstata, by Recubejim, Flickr