A escolha de uma casa depende do que precisamos dela mas também de algo inexplicável que nos leva a gostar mais de uma que da outra. Seria o astral, a energia da casa que faz a gente dizer: é essa… Aquela casa na serra tinha essa energia e esse astral e, mais do que por qualquer outra coisa, foi por isso que a escolhemos.
Naquela tarde de sábado que recebemos a casa tocou o telefone: era a proprietária de quem nos despedimos horas antes. Perguntava se éramos católicos e respondi que sim sem entender bem a pergunta. Explicou que havia levado a imagem da santa e queria devolvê-la por entender que era mais da casa do que dela mesma. Agradeci e ofereci buscá-la durante a semana no Rio. Ela insistiu em devolvê-la no dia seguinte e subiu a serra exclusivamente para isso: a casa já ficou muito tempo sem a proteção da santa. Não havia dúvidas no gesto. Fiquei profundamente sensibilizado por essa convicção que não alcanço nesta minha fé pontilhada mais por descrenças do que crenças.
Frequentemente olho para a imagem da santa com carinho. Neste início de 2010, olhei-a ainda mais de perto e rezei pelas vítimas da tragédia de Angra dos Reis e Ilha Grande. Pelos que se foram e pelo sem número de pessoas que sofrerão suas perdas.
Que o ano prossiga sem mais desgraças e que todos passam ter paz e felicidade em 2010, dando o devido valor ao que realmente merece.
Foto: A Santa (by Cariocadorio, 02/01/2010)
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2 de janeiro de 2010 às 20:35 |
Quem sabe não foi ela quem protegeu a casa e todo o resto nakela vez que o barranco desabou?
Que a casa continue sento abençoada
Beijos
2 de janeiro de 2010 às 21:01 |
Cristina, o barranco desceu na outra casa…ainda não tinha santa.
Capricha em 2010, beijos
3 de janeiro de 2010 às 23:43 |
Sabe que senti exatemente isso quando visitei a minha nova casa em Genebra, algo que eu não conseguia explicar, mas que me dizia que aquela deveria ser a nossa casa e que seria lá que seríamos felizes em 2010 e em todos os anos que estivéssemos por lá… E assim será!
Vou sentir saudades!
🙂
Paula
3 de janeiro de 2010 às 23:53 |
Paula, sinta saudades…e aprovieite bem a vida por lá.
Tenha um ótimo 2010.
5 de janeiro de 2010 às 10:11 |
O descompasso entre uma configuração predominante no passado e a realidade desafiante do presente com as transformações culturais e estruturais da sociedade em geral dificultam a visibilidade de experiencias de fé nem sempre faladas, mas nem por isso menos reais. São experiencias como esta relatada aqui e outras na vida de pessoas que podem ajudar a constituir uma alternativa aos padrões de vida dominantes. Quando na fé nos dirigimos a Deus ou a representações que transmitem sua proteção, que constitui um mistério para nós, pedimos seu agir na nossa historia e nessas experiencias de fé, Ele se faz acessível, luz e força para nossas mazelas.
13 de janeiro de 2010 às 23:23 |
Ângela,
Há um certo pragmatismo inexpugnável na minha cabeça de engenheiro. Eventos que evidenciam a percepção da fé e o altruismo neles inseridos ajudam a crer mais na criatura como criação de Deus.
Obrigado pela contribuição.
Saudações cariocas