Archive for março \29\-03:00 2010

Stock Car

29 de março de 2010

No mesmo dia em que Jenson Button venceu uma das mais eletrizantes corridas de F1 dos últimos tempos, o experiente Max Wilson conquistou a primeira etapa da Stock Car, a melhor categoria do calendário brasileiro. Mas peraí!!! Há controvérsias sobre ser a melhor.   A mais importante? Talvez.    

Largada para a Stock Car brasileira; Interlagos 1972

A TV Globo, mais uma vez, transmitiu apenas pedaços de corrida.  Por que não colocam a stock na SporTV?  Quem quiser vê a corrida inteira. Ou não, como diria Caetano. 
Deixemos a polêmica para os blogs especializados e falemos de história.   O que vemos na foto acima é a primeira bandeirada de largada da stock car no Brasil.  Na verdade foi mais uma exibição. Algumas voltas pelo saudoso anel externo de Interlagos.  A categoria só viria a se estabelecer anos mais tarde. A foto pode servir também como um desafio aos aficcionados em automobilismo brasileiro.  Lembro que o Gil (não o DeFerran)  era um dos pilotos.  Quais os demais?  Quem souber, favor comentar.

Porsche 910; 500 Km de Interlagos

A exibição aconteceu como preliminar dos 500 Km de Interlagos de 1972, corrida que reuniu carros de categoria internacional como Ferrari 512, Porsches 908, um protótipo Berta argentino (os hermanos entendem deste esporte), Avalones e outros.  Na outra foto o Porsche 910 recém incorporado pela Equipe Hollywood se encaminha para os boxes.  Chegou rodando ao autódromo?

Esquadrilha da Fumaça

Este foi um grande dia de automobilismo. Lá estava eu com meu parceiro Geraldo.  A festa contou com a esquadrilha da fumaça.  Eram bons aqueles tempos de automobilismo, curso Bahiense, praia e diversão.  Aos dezessete,  tudo é muito bom.   

Fotos by Cariocadorio: Stock car largando em Interlagos, 1972; Porsche 910 a caminho dos boxes. Interlagos 1972; Esqudrilha da Fumaça, 1972.

Avenida Chile

28 de março de 2010

Av. Chile, 1963

A Avenida República do Chile, no centro do Rio, foi aberta em 1960 quando o morro de Santo Antônio foi arrasado.  Sobrou pouco do morro, somente alguma coisa no final dos Arcos da Lapa e, do outro lado da avenida, sob o Convento de Santo Antônio.   Na altura do Largo da Carioca, entre a Av. 13 de Maio e a Senador Dantas, ficava o Tabuleiro da Baiana (click aqui para uma ótima foto de 1959), um terminal de bondes muito movimentado. Lembro-me de chegar até ele no bonde que vinha de  Águas Férreas e  passava por Laranjeiras. 

Frequentemente acompanhava minha mãe nas compras na Rua da Carioca, Uruguaiana e outras.  Era comum fazer compras no Centro naquele Rio de Janeiro sem shopping centers. O passeio só ficava bom na hora do lanche na confeitaria Colombo ou na Manon. Onde mesmo ficava a confeitaria Manon?

Av. Chile, 1963, pro outro lado

Em uma dessas idas ao Centro da cidade, provavelmente pela novidade da avenida, minha mãe posou para as lentes de uma provável Olympus trip.  A  Avenida Chile ainda não tinha os edifícios que a transformariam em uma das mais modernas áreas do Rio de Janeiro.   Na primeira foto vê-se o edifício que hoje tem o restaurante Braserie Europa e o início da rampa do EDISE, o edifício sede da Petrobras que seria inaugurado somente 11 anos depois.  Na foto “pro outro lado” aparece ao fundo o Corcovado. Hoje veríamos a Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro.

Embora a missa de Natal de 1972 tenha sido celebrada no local por D.Eugênio Sales, foi somente em 15 de agosto de 1979 que a Catedral Metropolitana de São Sebastião foi oficialmente inaugurada.

Na foto de 1979 encontrada neste link (click aqui) , ambas construções já aparecem na Av. Chile, vista do Largo da Carioca. Em construção, à direita, o prédio do BNDES.  Além de serem vizinhos e construídos na mesma época, o que o prédio da Petrobras e a Catedral têm de comum?  Eu diria que o gosto duvidoso de suas arquiteturas. 

Um detalhe interessante da Av. Chile é que ela termina da Rua do Lavradio, uma rua estreita comparada às 4 pistas da Avenida. Tenho a impressão de que a idéia era levar a Av. Chile um pouco mais longe mas a grana para as desapropiações deve ter ficado pelo caminho. 

Fontes e sites para consulta: 
Catedral de São Sebastião do Rio de Janeiro: http://www.catedral.com.br/ 
Rio de Janeiro, sua história e seus encantos: http://www.marcillio.com/rio/encechil.html

Fotos: Av. Chile, (1963); Acervo pessoal Cariocadorio, proibida a reprodução sem autorização prévia.

Flores da Serra

21 de março de 2010

Hortências

A chegada do outono traz uma temporada menos colorida na paisagem da mata atlântica.  Mas a primevera / verão nos premiou com uma grande variedade de flores na serra de Petrópolis. 

Dália

A grande dificuldade deste artigo é encontrar palavras para contextualizar as fotos. Portanto, se você está tendo a impressão de que o autor está enrolando pode ter certeza de que não é só impressão.  Na verdade eu não queria colocar só fotografias mas não tô vendo jeito.  Elas já estão aí e a inspiração para o texto não vem de jeito nenhum. 

Papoula

Flor de Bananeira

Fica então a recordação de um verão de muito calor e muita chuva no final e a expectativa de que o outono traga o tradicional amarelar das folhas e o frescor da serra.

Lírio Amarelo

Fotos by CariocadorioFlores da Serra (novembro de 2009 a fevereiro de 2010)

Clique para ver  Flores de inverno  aqui.

De Botafogo a Bucareste

20 de março de 2010

A Romênia nos remete a histórias de vampiros e castelos.  Terra de ciganos e de Nadia Comanecci que encantou o mundo com sua graça e perfeição de ginasta.  Na Copa de 70 a Romênia entrou no mapa dos brasileiros quando Dimitresco e sua turma chegaram a assustar com um bom futebol.

Pois foi neste país dos bálcans que o Metrô do Rio resolveu fazer o treinamento dos seus operadores de tráfego.  As empresas de metrô de Londres, Paris e Buenos Aires também apresentaram propostas mas parece que a das Forças Armadas da Romênia era mais em conta.  Como se pode observar neste video espanhol, eles são especialistas em logística.

Isso explica um pouco porque o trem da linha 1 foi parar na linha 2. Como se já não bastassem os constantes desacertos desde que foi implantada a gambiarra alternativa para ligar a Pavana a Botafogo.   Mas tudo bem, eles já crucificaram o operador de tráfego responsável e o estão enviando para um centro de reabilitação. Onde será desta vez?

Royalties do Rio

15 de março de 2010

A semana que passou foi particularmente pródiga em provocar desconforto no cidadão minimamente atento à rotina a sua volta. De uma só vez chegaram as notícias de novos tremores no Chile, assassinato de um cartunista e seu filho em Osasco e confrontos do tipo polícia e bandido que deixaram um saldo de uns tantos mortos no Rio de Janeiro. 

Macaé, nascer do sol e sonda de petróleo

Para o nosso estado, a aprovação da emenda “vamos meter a mão no dinheiro do Rio de Janeiro” foi a bomba da semana.  Os estados produtores têm, legitimamente, direito a esta parcela dos recursos gerados pela produção de petróleo para  cuidar principalmente da infra-estrutura e meio-ambiente locais.  Interessante que a emenda Ibsen não altera a distribuição dos royalties da produção em terra, só no offshore. A razão é simples, é no mar que existe muito petróleo, muito dinheiro. Azar do Rio de Janeiro.

Chama a atenção o pífio desempenho do governo e da bancada estadual em defender os direitos do Rio de Janeiro. É inacreditável que o importante deputado Rodrigo Maia, presidente do seu partido, tenha preferido viajar para a Alemanha em uma obscura missão a participar da votação em Brasília. Era sua obrigação levantar a voz em nome daqueles que representa, mesmo que a derrota fosse inevitável. 
Por outro lado o governador Sergio Cabral chiou,  esperneou e se indignou depois da derrota. Dizem que quase enfartou.  Estranho, porque o resultado era mais do que certo. Depois do leite derramado o governador resolveu promover impróprios minutos de silêncio em jogos de futebol e outras medidas de pura demagogia improdutiva.  Mas que tipo de trabalho político foi feito para evitar este desastre?  Houve erro de estratégia ou era mesmo inevitável que ocorresse?
Pior é a declaração do governador de que a emenda inviabiliza a realização da Copa de 2014 e das olimpíadas de 2016. Quer dizer que o dinheiro que deve ser aplicado em investimentos que tragam benefícios perenes será maciçamente destinado a eventos esportivos cujo retorno para o cidadão é mais do que duvidoso? Se esta é a grande preocupação do governador quanto ao destino destes recursos talvez seja  melhor mesmo redistribuí-los.

Nuvens sobre Macaé

Não, melhor não…para quaisquer  outras mãos que o dinheiro possa ir a aplicação não será nem um pouco mais nobre. Triste.

Fotos: Sol Nascente, Macaé e Sonda (6/2/2010, Flickr, Creative Commons, by Gladstone P. Moraes); Panorâmica de Macaé, Nuvens (23/1/2010, Flickr, Creative Commons, by Gladstone P. Moraes) (Link para galeria de Gladstone P. Moraes)

Catástrofe Chilena

14 de março de 2010

No momento em que tomava posse o novo presidente do Chile, a terra tremeu novamente naquele país de estranha geografia.  Geografia esta que tem relação com sua saga de país suscetível a terremotos.  Mais uma vez, nossos amigos chilenos se direcionaram às partes altas de cidades como Viña del Mar e Valparaíso.  Antes de mais nada, com eles o nosso carinho e votos de uma pronta recuperação do país.

O Chile é o país sério da América do Sul.  Talvez pelo seu histórico de dificuldades climáticas e variadas guerras internas e internacionais, o povo chileno parece ser menos vulnerável às típicas tragédias de brasileiros, argentinos e outros: a corrupção desenfreada que assola o continente de Roberto Carlos.  Os carabineros chilenos formam uma polícia  reconhecidamente mais eficiente e menos corruptível que as demais.

Mas quando situações extremas acontecem, a raça humana dá a exata dimensão da sua baixeza e debilidade de caráter, deixando o egoísmo e a ambição sem limites imperarem sobre a nossa capacidade de viver em sociedade, no que chamamos civilização.

No momento em que seus conterrâneos sofriam as consequencias da catástrofe, no seu infortúnio coletivo, uma parcela deste povo chileno partiu para a barbárie dos saques indiscriminados. Não foram saques, perfeitamente aceitáveis, para conseguir a comida e a água que se tornavam escassas.  Saquearam lojas de  aparelhos eletrodomésticos, de informática e outros. Tampouco se pode dizer que foram as pessoas pobres que aproveitaram da oportunidade.  Havia de tudo, principalmente carros de classe média alta que paravam diante das lojas e levavam tudo que podiam.

Este episódio em condições extremas não muda minha convicção de que os chilenos são o povo mais sério da América do Sul mas aumenta a certeza de que o homem está muito longe de ser uma raça civilizada. 

 

Fórmula 1, mais uma vez

8 de março de 2010

No Bahrein, no próximo domingo, inicia-se mais uma temporada de fórmula 1.  E me perguntei há quanto tempo eu acompanho a fórmula 1 e por que durante tanto tempo eu “perdi o meu tempo” lendo a respeito, vendo corridas e buscando informações para saber mais. Certamente de longa data, uns quarenta anos pelo menos.  O porque, sei lá.   

Jim Clark, vencedor do GP dos EUA, 1966

A coisa começou com DKWs, Berlinetas, Binos e Fitti-Porsches.  Fórmula 1 era uma ficção trazida pelas AutoEsportes, lidos e relidos os textos detalhados das corridas, devoradas as estatísticas de voltas mais rápidas, vencedores de corridas e campeões …  Um mundo mágico de um  Jim Clark que a fórmula 2, que ironia, logo nos levaria.  Anos mais tarde aprendi que  “um simples canalha mata o rei em menos de um segundo”.  Dennis Hulme era o campeão.  Como podia aquela figura de anti-herói, um neo-zelandês, ser o campeão?  Como podia um carro chamado Brabham ser campeão?  Então não era uma Ferrari, Lotus, Mercedes, Alfa Romeu? Não, o campeão era um homem mais velho, na verdade Dennis Hulme apenas tinha cara de velho, sempre teve cara de velho, em um carro que levava o nome de um piloto australiano, Jack Brabham.  Um ano antes, o próprio Jack havia conseguido seu terceiro título, desta vez com seu próprio carro. 

Dennis Hulme, McLaren Can-Am

O grande Dennis Hulme partiu para a novata McLaren e continuou vencendo corridas de F1 e campeonatos na série canadense-americana, a Can-Am, com enormes carros com motores de 7 litros.  Na Europa, em esporte protótipos, os Porsches eram a grande atração.  Por muito tempo não teve pra mais ninguem.  Só dava Porsche modelos 907, 908, 917, enquanto as Ferraris estavam em uma má fase, não viam a cor da bola.  

Graham Hill, Monaco 1968

Na F1 tinhamos Graham Hill, o esteriótipo de um aristocrata inglês, talvez o último romântico da categoria, que também venceu em Indianápolis e Le Mans e  Jackie Stewart, o escocês que levou um carro francês a ser campeão do mundo em uma equipe inglêsa. 

Stewart, Matra-Ford: GP Holanda, 1969

Pedro Rodriguez, Jacky Ickx, o azarado Amon, Bruce McLaren (seus carros ganham até hoje), Beltoise, Cevert, John Surtees, campeão das categorias máximas sobre duas e quatro rodas (acho que foi  o único?),  Redman, Siffert, Pescarolo… 
Muitos ficaram pelo caminho, a F1 matava muita gente.  No ano em que o Brasil foi tri no México, Jochen Rindt foi campeão post morten.    

Quando o Emerson Fittipaldi ganhou as páginas de esportes dos jornais com uma vitória na F-Ford inglêsa eu já torcia por ele há muito tempo.   Anos depois, em 72,  um colega no cursinho de vestibular me fazia descrever a carreira do ídolo…na primeira pessoa.  Eu assinava contratos, explicava o que acontecera na corrida, como fiz certa ultrapassagem e, tão comum no início dos anos 70, qual foi o defeito que me tirou da prova .  A gente se divertia com isso, ajudando a diminuir a tensão do vestibular.  Naquele ano “eu ganhei cinco GPs e fui campeão mundial”.  Tive também o primeiro gostinho de ver as baratas da F1 acelerando em Interlagos.  A corrida foi muito ruim, não valia pelo campeonato e logo de início vários pararam.   No ano seguinte, 1973, Interlagos tinha o seu primeiro GP pra valer, com direito a vitória do Rato e boné do Colin Chapman voando. 

Interlagos, 1° GP do Brasil 1973

A presença de Emerson na fórmula 1 fez o Brasil despertar novamente para corridas de automóveis.  O locutor de rádio, acostumado com o futebol, lançou a seguinte pérola no auge de seu entusiasmo: ” e lá vão eles para a última volta do ponteiro“.  A telivisão passou a mostrar corridas e até o meu pai, que antes só reclamava da minha paixão incondicional, passou a ser fã das manhãs de domingos com  F1 na TV.  Torcemos muito pelos brasileiros. Por sinal, saudades do José Carlos Pace.

Não tenho o mesmo entusiasmo mas ainda gosto de ver corridas.  Dependendo do GP assisto ao vivo, apesar do chatíssimo narrador oficial e seu comentarista que  parece preferir servir-lhe apenas de escada.   Ou no VT a noite, quando invariavelmente durmo antes do final. Mas na primeira do ano estarei de cara para a TV, torcendo pelos brasileiros de sempre e pelos recém chegados.  Aliás, temo que esta turma nova não vai vingar. Torcer para o Rubinho também?  Claro que sim. E mais torceria se ele falasse menos.  Barrichelo é um exemplo de trabalhador.   Depois de tanto tempo ainda tem um empregão,  que muitos gostariam de ter.   

Jenson Button

Agora há muita informação disponível.   Mas certamente haverá garotos que , como eu no final dos anos 60, vão estranhar que um inglês quase  obscuro, esse tal de Jenson Button, seja o atual campeão pilotando uma Brawn.  E que diabos é uma Brawn?  O que???  Não tem mais Brawn esse ano??? Calma, você vai ter explicação pra tudo.  E daqui a quarenta anos vai lembrar mais disso do que das corridas de 2049.  

Eu ía falar das mazelas de um esporte corrompido por tramóias, espionagens, trapaças e comercialização sem limite.  
Como no futebol falou mais alto a paixão.  As novidades deste ano prometem.  Tenham todos uma ótima temporada. 

PS. Links para artigos relacionados:
Autódromo do Rio
Ídolos

Fotos: Jim Clark no GP EUA, 1966 (by Diskmix, Flickr Creative Commons); Dennis Hulme com McLaren Can-Am  (by Diskmix, Flickr Creative Commons); Graham Hill no GP de Monaco , 1968 (by Prorallypix, Flickr Creative Commons); Jackie Stewart no GP da Holanda, 1969 (by Prorallypix, Flickr Creative Commons); Grid em Interlagos GP do Brasil, 1973 (by Cariocadorio); Jenson Button (by Martin Baldwin, Flickr Creative Commons)

O Chevrolet 37

6 de março de 2010

O Chevrolet 37 em Ibicuí

Não foram poucas as vezes que o Chevrolet 37 do tio José esteve em Ibicuí.  Para chegar lá tinha que seguir pela RJ 14 e enfrentar a estrada de terra quase sempre em péssimas condições.  O Chevrolet foi parceiro do Studebaker que apareceu no Dia de Festa e depois do DKW Vemag do meu avô.  A última vez que o vi, pelos idos de setenta e pouco, já estava curtindo um merecido descanso na oficina do meu tio.  

A modelo  que nos ajuda a apresentar o Chevrolet nesta foto de 195inquenta e pouco é minha tia.  Por favor, nada de assanhamento.   

Ibicuí é uma cidade do litoral do Rio de Janeiro que fica próximo a Mangaratiba.  Tem uma praia ótima de águas tranquilas. A família tinha esta casa cujo portão (azul), calçada e janelas são vistos à direita das fotos. 

Um Azera em Ibicuí

Aliás, a casa é uma das poucas coisas que quase não mudaram em Ibicuí.  Às vezes passo por perto e vou até lá para ver como é hoje e pensar em um ontem de tanto tempo, tão repleto de lembranças boas e momentos felizes.  Eu só peguei o finalzinho daquela  festa que durou mais de 15 anos. Sem essa de “naquele tempo que era bom”,  quero apenas reconhecer o passado mas sem desmerecer o presente.   

Por outro lado, acho que não há dúvida que as coisas dificilmente mudam pra melhor em termos de qualidade de vida que as cidades nos oferecem .  Comparem o cenário de uma foto com o da outra.  Quase não havia casas na rua.  E o carro?  O Azera é moderno mas não tem o menor charme quando comparado com o Chevrolet 37.  Curiosidade: o poste baixinho à esquerda, onde a rua fica mais estreita,  parece ser o mesmo daquele tempo. 

O Cariocadorio voltará muitas vezes a Ibicuí. 

Fotos: O Chevrolet 37 em Ibicuí (cerca de 1955, acervo pessoal Cariocadorio, proibido a reprodução sem autorização prévia); Um Azera em Ibicuí (Fevereiro de 2010, by Ademir/Cariocadorio)

Semana de Festas

3 de março de 2010

445 anos de Rio de Janeiro

Nesta semana comemoram-se vários aniversários.  Aquele que deveria ser mais lembrado passou quase desapercebido.  Aliás é sempre assim.  A gente até esquece a data da fundação da cidade do Rio de Janeiro.  Fora um bolinho de 10 metros na rua da Carioca nem sei o que foi feito para comemorar. 
Pensei em tirar uma foto mas o dia  estava tão cinzento que preferi colocar  alguma coisa mais azul, mais Rio de Janeiro.  A foto acima foi inspirada (quase copiada) em uma idéia do Fotolog “Coisa Lúdica”.  Veja clicando aqui, vale a pena.

No Ed. Zacatecas, 1954

Os outros aniversariantes são de casa. O moleque da esquerda faz pose no edifício Zacatecas em Laranjeiras, lá pelos idos de 1954.  Este ainda é um garoto, particularmente se comparado ao pai, que completa 87 anos.   Para  o homem chamado trabalho nada melhor que uma foto em plena ação.  Cuidando do dinheiro da empresa onde trabalhava, lá estava ele nesta foto de 1977.  Nada de computador, excel, e-mail e outros acessórios.  A velha planilha manual, uma bic escrita fina, a calculadora Facit e um telefone de disco davam conta do recado.   

Fiquei preocupado quando disse que ia se aposentar de vez, aos setenta e tal.  Ficar em casa podia não fazer bem pra quem trabalhou desde os treze. Perguntei se era isso mesmo, se tinha certeza que queria parar.  Na hora ficou meio em dúvida mas sabia que precisava. Seis meses depois completou:  “se soubesse que ia ser tão bom já tinha parado faz tempo”.

Ao trabalho, 1977

Fotos:  Pão de Açúcar (outubro de 2009) by Cariocadorio; No Ed. Zacatecas (1954) e Ao trabalho (Agosto de 1977), acervo pessoal Cariocadorio, proibida a reprodução sem autorização prévia.