Copa de 78, Argentina

Parei de trabalhar mais cedo e voltei para o meu quarto de hotel naquela fria tarde de São Paulo em 1978.  Rodada decisiva para a definição do finalista.  O Brasil fez sua parte derrotando a Polônia.  Só faltava acompanhar de perto como seria Argentina x Peru, partida essencial para a classificação do Brasil.   A Argentina precisava de 4 gols, o que seria nada fácil contra o bom time do Peru… ledo engano. 


Foi muito fácil, 6 x 0.  A euforia pela vitória sobre a Polônia dava lugar à desolação nas ainda mais frias ruas de São Paulo. Não me lembro bem de como vi a partida do Brasil contra a Polônia mas me lembro perfeitamente  da certeza que tive de que a Argentina, se preciso fosse, faria  10 gols naquele dia.  O juiz francês Robert Wurtz (um bailarino no campo) deixava o jogo correr livremente.  Os peruanos caminhavam, aparentando enorme desinteresse pela partida.  Tempos depois o caso de suborno foi confirmado.  

O Brasil perdeu a Copa no empate de 0 x 0 com os donos da casa. 

A Holanda, mesmo sem Johan Cruiffy, chegava mais uma vez à final e ainda faria um jogo duro com a Argentina, resolvido na prorrogação.  Ao Brasil restou ver o belíssimo gol de Nelinho, um fortíssimo chute da direita fazendo uma curva improvável e entrando no ângulo de Zoft. A vitória sobre a Itália  nos assegurava o terceiro lugar.  O Brasil sairia invicto da Argentina.

Los hermanos, de Mario Kempes y Ardiles, eran campeones pela primeira vez.  Justiça seja feita, os caras sempre jogaram muita bola.  Mas a política sempre teve sua influência em copas do mundo.  Como no Brasil em 70, a ditadura militar argentina soube utilizar muito bem a vitória para manter a dura repressão no país.

Todos los presos políticos, los perseguidos, los torturados y los familiares de los desaparecidos estábamos esperando que Menotti dijera algo, que tuviera un gesto solidario, pero no dijo nada. Fue doloroso y muy jodido de su parte. Él también estaba haciendo política con su silencio.” Quien formula el cargo es Adolfo Pérez Esquivel, Premio Nobel de la Paz en 1980, que logró salir de la Unidad 9 de La Plata gracias a la presión internacional, el 23 de junio de 1978, dos días antes de la final. De su cautiverio recuerda el nudo de una contradicción para muchos incomprensible: “En la cárcel, como los guardias también querían escuchar los partidos, el relato radial nos llegaba por altoparlantes. Era extraño, pero en un grito de gol nos uníamos los guardias y los prisioneros. Me da la sensación de que en ese momento, por encima de la situación que vivíamos, estaba el sentimiento por Argentina.
Do site:  http://www.elortiba.org/mundial78.html

Foto da equipe argentina obtida da internet.

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