Na segunda-feira passada uma grossa coluna de fumaça se ergueu na baía de Guanabara. Foi um incêndio em uma lancha da Marinha que felizmente, apesar das mais de 100 pessoas a bordo , não causou vítimas.
Além da passagem do belo porta-container compondo a foto, o que mais me chamou a atenção foi o Pier Mauá. As obras continuam na estaca zero. Há cerca de um ano, a prefeitura anunciou a urbanização do pier com um grande jardim aberto ao público. Colocaram placas enormes, fizeram um estardalhaço danado para alguns meses depois desistirem da idéia em prol de um museu no pier. Tal qual o Gugenhein do ex-prefeito, aquele que fez as obras que o povo não queria.
E veio o projeto do espanhol Santiago Calatrava, figura da hora nos modismos arquitetônicos. Um prédio moderníssimo, com teto que se move para se ajustar aos raios solares e o escambau. A apresentação artística chega a emocionar. Não dá para não achar maravilhoso e que vai muito bem com o Porto maravilha.
Mas também não dá pra não ficar preocupado. As obras, que começarão em 2011, estão orçadas em R$130 milhões. Pode multiplicar por 2, como soe acontecer nestas obras. Como a realização é da Fundação Roberto Marinho, é provável que saia mesmo. Na tímida pesquisa que fiz na internet não conssegui ter certeza de onde sairão as verbas para a obra. Tampouco encontrei quanto custou este projeto do Calatrava e quem o pagou.
Mas minha maior preocupação é como será mantido este museu com teto móvel de grandes proporções, sistemas de filtragem de água etc. Não há de ser com a arrecadação da entrada dos visitantes. Patrocinadores, então? O provável é que seja da mesma forma que os demais, ou seja, muito mal e porcamente.
Teremos mais uma Cidade da Sinfonia Inacabada? Aliás, não deveiram gastar um centavo em museus e afins enquanto não terminassem as obras daquela vergonha carioca. Já que está quase pronta, acaba logo para que tenha alguma utilidade.
Sou totalamente a favor da cultura em suas várias vertentes mas é muito fácil desperdiçar dinheiro em nome dela. Se gastar mal com viadutos e escolas fosse tão fácil como com obras ditas culturais, esta cidade estaria cheia de coisas úteis.
A proposta do museu é criar uma experiência da passagem do hoje para o amanhã, de modo que o presente opere como um portal. Um dos eixos ao longo dos quais se estrutura a construção é o da polaridade entre as ciências cósmicas e as terrestres. (do site PINIweb)
Foto: Incêndio na Lancha (13/09/10) by Cristina Ribeiro;
Museu do Amanhá (junho de 2010 divlugação)
Tags: 1 Rios de outrora, meio-ambiente, Museu do Amanhã, pier Mauá, Porto do Rio, porto maravilha, Rio, Rio de Janeiro, zona portuária
18 de setembro de 2010 às 20:29 |
Se o Cesar Maia se fez com a Cidade da Música, imagine a festa que não vai ser com esta obra faraônica e absurda. E o pior é que talvez ele seja eleito como senador do meu Rio de Janeiro.
Até o momento. só vemos transtorno no trânsito para quem precisa passar por aquela área. E o nosso prefeito megalômano ainda não fechou a Rio Branco…
19 de setembro de 2010 às 08:55 |
Tudo nesse país é feito para alguém ganhar dinheiro. Mas são sempre os “mesmos”.
É facil fazerem projetos e obras faraônicas com o dinheiro do povo que paga impostos altíssimos e que não vê retorno algum, onde realmente lhe interessa. Educação, saúde e segurança.
As fotos são maravilhosas, João Carlos!
19 de setembro de 2010 às 10:25 |
Alcyone,
Seja bem-vinda ao Cariocadorio, juntando-se ao pessoal dos FRA que tem aparecido por aqui e outros amisgos deste blog.
No inicio a gente só quer escrever, depois que alguem leia e logo quer “discutir o assunto”.
Saudações Cariocas
19 de setembro de 2010 às 09:18 |
Ainda não me acostumei com esse projeto. Visto de frente, parece um crustáceo. No entanto, o arquiteto teve o cuidado de não agredir a paisagem. Pode ser uma quesão de tempo apreciar esse trabalho.
19 de setembro de 2010 às 10:30 |
Algo como o Sydney Opera House,,, eu preferiria o projeto original. Essa do Piniweb “polaridade entre as ciências cósmicas e as terrestres” é de matar de rir.
De qualquer modo, creio que o aproveitamento do local, dando dinamismo urbanístico a degradada área da Pça. Mauá é um bom legado para as próximas gerações.
Quanto ao valor, penso que os 130 milhões são fichinha diante do empreendimento… por baixo eu quintuplicaria.
Tem previsão de término ?
Abçs e bom domingo.
Celso
19 de setembro de 2010 às 20:06 |
Celso, concordo com a importância do aproveitamento do local para a população carioca. Mas não precisa ser a este custo. A inauguração, segundo o site G1, é no fim de 2012.
abraços
19 de setembro de 2010 às 12:46 |
João Carlos, voltarei sempre. Ainda mais depois desta calorosa recepção, feita pelo administrador.
Um abraço e um bom domingo!
20 de setembro de 2010 às 10:05 |
Ihh Alcyone e Lavra, é??? hum hum hum Cheguei aqui primeiro!!!
18 de abril de 2011 às 00:26 |
[…] As obras do Palácio D.João VI na Praça Mauá, que começaram há de um ano, seguem em ritmo acelerado . Em breve o aristocrático prédio que foi construído em 1916 e pssou muitos anos abandonado será transformado no Museu de Arte do Rio. […]
24 de março de 2012 às 00:00 |
[…] prédios formarão o Museu de Artes do Rio (MAR). Na mesma região, no Pier Mauá, constrói-se o Museu do Amanhã, projeto do arquiteto da moda, o espanhol […]
8 de setembro de 2014 às 13:27 |
[…] Museu do Amanhã também começa a tomar forma ao mesmo tempo em que se removem os restos da […]
4 de novembro de 2014 às 10:10 |
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