Minha ojeriza a feiras-livres vinha do tempo de criança quando era obrigado a acompanhar minha mãe nas compras semanais. A feira ficava na rua São Salvador e tudo nela me incomodava. Aquele monte de gente, o vozerio infernal e a volta pra casa carregando algum pacote. Já lá se vão uns cinqüenta anos.
Há cerca de dois anos, porém, durante uma caminhada, resolvi passar por dentro de uma feira. Pra minha surpresa, em vez daquele mal-estar que esperava me provocasse, senti um pulsar de vida nas barracas coloridas com suas frutas e legumes, na alegria das pessoas que com carinho escolhiam seus alimentos e nos comerciantes que cuidavam de seus negócios.
Embora fazer compras nunca tenha feito parte importante do meu departamento não é incomum alguma que outra ida ao supermercado. Mas não me lembro de ter reparado tanto em uma banca de legumes e verduras por mais bem arrumada que estivesse.
Recentemente, no Hortomercado de Itaipava, me chamou atenção a beleza das cores dos alimentos frescos, da disposição das mercadorias nos boxes e das flores expostas para a venda.
Percebi a beleza simples do valor das nossas fontes básicas de vida. Ao fazê-lo refleti sobre o quão efêmeros são os valores estéticos e materiais potencializados até a histeria na sociedade… Sei lá, acho que estou ficando velho.
Fotos by Cariocacorio: Hortomercado de Itaipava, Petrópolis, RJ (junho de 2011).
Tags: comportamento, feira-livre, Itaipava, valores
18 de julho de 2011 às 13:01 |
O mesmo acontecia comigo. Mas penso que isso fez parte de uma educação que valorizava o sucesso e deixava de lado a beleza das coisas e afetividade.O homem centro dos acontecimentos e o critério para tudo deixava para o segundo plano “as fontes básicas da vida”. Atualmente vem crescendo a visão de que o ser humano faz parte de um conjunto maior evidenciando a nossa ligação com tantas coisas belas na natureza, bem como a nossa responsabilidade para mantê-las.
20 de julho de 2011 às 15:43 |
É Carioca, cada um com o sua particularidade, né? Eu, talvez por ser a caçulinha da família, não tive essa incumbência quando pequena, então não passei por esse “trauma”. Só vim a ter contato com a feira livre na fase adulta, já cuidando da alimentação da família, principalmente da “cria”. Portanto, essa sempre foi uma tarefa que realizei com muito prazer. Ia mesmo “amarradona” à feira da General Ozório, carregando meu carrinho. O que sinto agora, aliás, é a falta das terças livres pela manhã, quando podia me esbaldar na feira. Agora, as compras são feitas em geral à noite, sempre correndo. Quando muito, dá pra ir ao Hortifruti…
Beijocas.
22 de julho de 2011 às 08:14 |
Pô, cara, muito zen esse negócio de mercado. Legal!
27 de agosto de 2011 às 20:34 |
Eu adoro mercados e feiras, especialmente as mais bagunçadas… hehehe!
A de Caruaru é fantástica, e comemorei lá os meus 40 anos. A de Boa Vista até é bem arrumadinha. A de Mogi das Cruzes é fantástica pela qualidade dos gêneros…
E são ótimas para fotografias também…
Abração,
28 de agosto de 2011 às 03:59 |
Altamiro,
Você é um especialista em feiras.
Obrigado pela visita.
Saudações cariocas
24 de abril de 2012 às 14:12 |
Itaipava é outra conversa! Que preservem esta e nos livrem da sujeira livre das feiras urbanas. Abs