Há poucos anos a pequena frase que dá título ao artigo tomou conta das ruas. Chegava a incomodar como colovam os cartazes e sujavam tudo. Mas fazia sentido.
Globalização não é explicação pra tudo. A falta de orgulho próprio e de auto-estima assola o brasileiro em geral.
“É importado? Então é melhor”, por default (Opa!!!).
Os povos tendem a se achar melhor que os demais. São assim alemães, americanos, japoneses, franceses, argentinos etc. O brasileiro, ao contrário, se acha definitivamente pior que os demais. Então desprezamos o que é nosso, particularmente a cultura e o produto brasileiro. Exemplos deste desdém pelo produzido no Brasil estão em todos os lugares.
No dia a dia, o uso abusivo de palavras estrangeiras nos anúncios e propagandas é apenas um sinal. Algumas vezes este recurso chega a ser ridículo.
As razões para este complexo coletivo de inferioridade certamente tem fortes raízes no comportamento das elites brasileiras. Há séculos nossas elites procuram se distanciar do “resto do povo” e encontrar no “estrangeiro” a sua real imagem e semelhança. Não que o “resto do povo” seja muito diferente. Só que são exatamente as elites as que têm a obrigação de mudar o rumo das coisas e, obviamente, nunca o fizeram.
Enquanto isso continuamos tendo entregas do tipo delivery, comprando em sales e usando os das auto da vida. Cheios de creative technologie. E tome grana no bolso dos outros. Ainda assim, talvez um dia sejamos um povo que vai além do uso de chuteiras e camisas amarelas.
Que o espaço para comentários seja palco de contras, a favor e muito-pelo-contrários…
Fotos: All inclusive (na parede de uma academia na Lagoa) by Cariocadorio, julho de 2011; Sale de Roupas (obtido na internet); Interessante disque-delivery (na parede de uma escola municipal na Lagoa) by Cariocadorio, julho de 2011. Halloween é o cacete (obtido na internet).
Tags: Brasil, comportamento, língua portuguesa, propaganda, Rio, Rio de Janeiro
20 de julho de 2011 às 11:42 |
Carioca do Rio,
Reescrevendo parte do seu email:
“Minha intenção é que isto seja apenas fonte de diversão e informação (light) para as pessoas.”
Dá prá explicar que p…. de “informação (light)” é essa?????
20 de julho de 2011 às 13:55 |
Meu caro Paulinho…Faz parte do esquema…como o “by” Cariocadorio…
20 de julho de 2011 às 16:10 |
Parece que somos carentes ainda de afirmar experiencias “fonte” superando o mimetismo próprio da experiência colonial. De fato, a economia globalizada trouxe um progresso material mas, simultaneamente desenvolve uma cultura internacional que tende a desvalorizar as expressões culturais nacionais ou regionais
20 de julho de 2011 às 16:12 |
É o complexo de “vira-lata” citado pelo Nelson Rodrigues. E definitivamente incorporado pelos emergentes da Barra….
20 de julho de 2011 às 22:06 |
Do modo como foi brilhantemente apresentado no texto, eu concordo. Outro dia eu estava ouvindo a Vera Gimenez (a màe) falando no programa Musas, do Canal Brasil, e o uso de “norte-americanização” de palavras por esta atriz foi algo de ridículo.
Mas existem palavras que não há como traduzir (ex.: mouse do computador; Blu-Ray).
Vale a pena ler este texto da Veja:
http://veja.abril.com.br/idade/educacao/300800/p_086.html
Abraços,
Claudio
21 de julho de 2011 às 23:30 |
Quando sale virar liquidação e delivery virar entrega, quem sabe o preço no mercado carioca fique barato novamente!
22 de julho de 2011 às 08:08 |
Der Cariocadorio hat recht. Die scheiß Gringos sollen portugiesisch lernen, und wir müssen unbedingt mehr Wert auf unsere Sprache legen.
22 de julho de 2011 às 11:24 |
Herr Turu,
Sie sind understanting alles klare aber nicht much und das nicht much sie sind understanding, oder versteen wenn sie prefering est, ist da. So, delete nicht die liquidazionen untzowieter keep das sales. Und Hat Ich dircht!
23 de julho de 2011 às 13:30 |
Wer ist das dumm?