Junto à rua Sacadura Cabral, no alto de uma escadaria de pedra que sobe o Morro da Conceição, encontra-se a capela de São Francisco da Prainha. O templo foi erguido em princípios do século XVIII, época em que o mar banhava as proximidades das faldas do morro.
As recentes obras de modernização da zona portuária, o projeto Porto Maravilha, expuseram o cais de pedra construído no século XIX.
Junto com ela foram encontrados canhões de origem inglesa e outras peças da época. Falamos, portanto, de descobertas interessantíssimas para a arqueologia tão pouco explorada do Rio de Janeiro. Um acervo riquíssimo, ali mesmo, discponível para ilustrar a história da Cidade.
Ao mesmo tempo reformas são feitas no Palacete D.João VI e no prédio da antiga Rodoviária na Praça Mauá. Em conjunto, os prédios formarão o Museu de Artes do Rio (MAR). Na mesma região, no Pier Mauá, constrói-se o Museu do Amanhã, projeto do arquiteto da moda, o espanhol Calatrava.
A igreja, os dois museus e o terminal de cruzeiros encontram-se em um raio de cem metros da Praça Mauá. São cinco minutos de caminhada entre eles. A região, apenas uma pequena parte do formidável projeto do Porto Maravilha, tem um enorme potencial turístico.
Findadas as Olimpíadas de 2016, teremos aí um formidável legado para o Rio de Janeiro. O que acontecerá com tudo isso alguns anos depois, porém, é o que me preocupa. Somos muito bons em investir fortunas para construir prédios e monumentos mas muito ruins quando se trata de cuidar deles. As diversas arenas esportivas dos fatídicos Jogos Panamericanos e a sinfonia inacabada da Cidade da Música estão aí para provar.
O exemplo deste momento, entretanto, é a situação da igreja de quase trezentos anos que dá título a este artigo. Museu algum poderá rivalizar em importância histórica com esta construção que hoje está em ruínas. As fotos ilustram melhor do que qualquer descrição. Triste.
Fotos by Cariocadorio, Março de 2012.
Tags: Igreja de São Francisco da Prainha, Olimpíadas, Palácio D.João VI, pier Mauá, Porto do Rio, porto maravilha, Praça Mauá, revitalização do porto, Rio de Janeiro, zona portuária
24 de março de 2012 às 07:25 |
E eu nunca fui aí, para conhecer detalhadamente esta região. Uma falha minha enorme.
25 de março de 2012 às 20:24 |
Pois não perdeu nada. A região até hoje é pavorosa!
25 de março de 2012 às 22:02 |
Devo discordar de você desta vez, meu caro Maníacoporfilme. A região é mal tratada desde sempre mas é importantíssima historicamente para o Rio de Janeiro.
25 de março de 2012 às 23:15
Concordo que seja historicamente importante. Mas para ser visitada em um passeio, não há condições até hoje e a minha resposta foi neste sentido. Eu nunca traria um amigo turista para visitar aquela região. O Rio tem outros locais históricos mais seguros e limpos.
Aquela área é bastante perigosa, imunda e com uma frequência perigosa, apesar de haver moradores de bem como em várias outras comunidades.
Há alguns anos, um conhecido quis fotografar a região daquela ladeira e teve problemas com os bandidos, que acharam que ele era da polícia. Dificilmente alguma senhora caminha pela região depois das 19:00 h, devido a frequência de prostitutas e mendigos. Até hoje na Venezuela, em frente a Polícia Federal, tem gente morando na calçada.
Este foi o sentido da minha resposta. Pode ser que futuramente com as obras, a região tenha um “upgrade” (tomara).
26 de março de 2012 às 10:43 |
O mais incrível que esta Igreja é a prova do que disse o Pedro Vaz de Caminha, ou seja: ” Neste terra em tudo se plantando dá”. O telhado da Igreja firou um pasto, como tem capim.
26 de março de 2012 às 12:41 |
Também havia observado a degradação da igreja… um espanto ! O descaso com a nossa história é realmente lamentável e infelizmente a população também nao ajuda em muitos casos. Cito o exemplo do recém restaurado monumento a Osório na Praça XV, belíssimo e revigorado em toda sua plenitude até o carnaval quando perdeu a espada mais uma vez. Continua lá com a mao em riste empunhando uma espada… fantasma !
2 de abril de 2012 às 21:57 |
O Rio é fantástico e repleto de lugares lindos. Se as autoridades ajudarem um pouco, o que é bom fica ainda melhor e a cidade maravilhosa fica ainda mais.
Como vizinho do “outro lado da poça”, este é um dos lugares que não conheço e que espero poder visitar, em que pese o descaso pelo qual o local passa.
Parabéns pelo post e pelo blog!
3 de abril de 2012 às 09:08 |
Altamiro,
O problema é que as autoriadas querem fazer algo novo e não cuidam do que já está aí. É uma lógica perversa quando a intenção maior não é cuidar da cidade mas da próxima eleição.