O Dr. Júlio analisou minuciosamente os resultados do check-up anual e examinou seu paciente com a tranquilidade habitual. Marcello Senna já conhecia o discurso que viria a seguir. Desta vez, porém, o seu médico e amigo foi mais longe.
Percentual de gordura, peso, colesterol e outros indicadores haviam progredido de mais-ou-menos-meio-ruim para desastre-total em poucos anos.
Por mais de uma hora o Julinho doutrinou seu paciente com conceitos de medicina, estatística, mecânica dos fluidos e o escambal. Explicou que pessoas com percentual de gordura mais alto têm mais probabilidade de fazer derrames, infartos e outras doenças cardio vasculares. Pior, também morrem mais cedo por conta de outras doenças que nada têm a ver com isso. Questão de estatística. Concluindo disse que se ele tiver mais uns cinco a dez anos isto não seria problema. Mas se tiver que ir além…?
Pela primeira vez Marcello Senna pareceu dar importância ao assunto. Como havia chegado a tal ponto?
Lembrou daquela baboseira de qualidade total que aprendeu no Crosby College em Chicago nos anos 90. Era a moda pós re-engenharia. Seriam mapeados os processos, analisadas as interfaces e eliminadas as ineficiências. Prometiam sobrar mais tempo para o lazer, a família e a saúde.
Bullshit, como se diz por lá.
De fato, eliminaram ineficiências porém mais rápido ainda diminuiram o “headcount”. Logo vieram os e-mails, smartphones, aplicativos e outros truques de “faça você mesmo” para facilitar a vida que só fazem consumir mais tempo ainda.
Havia, porém, duas máximas do guru Philip Crosby que Marcello considerava verdades incontestáveis.
- “Insanidade é continuar fazendo tudo como antes e achar que o próximo resultado será diferente”.
- “Pode ser tarde demais para mudar depois que aconteça alguma coisa grave”.
Com a ajuda do Crosby, o Dr. Julinho finalmente o convenceu a tomar uma atitude. A hora é agora. Qualidade total, de vida! Marcello Senna prometeu ao seu querido médico que entraria para uma academia e que faria exercícios três vezes por semana. Claro, tão logo consiga implementar todos os novos requisitos de “compliance”. Tem auditoria desse troço até o fim do ano.
Foto: “Hermes Trimegistus” capturada na internet.
Tags: academia, colesterol, comportamento, Philip Crosby, qualidade de vida, qualidade total
18 de abril de 2013 às 10:12 |
Pois é, eu estou igual ao Marcello. Há seis meses eu jamais havia tomado remédios para baixar o Colesterol ruim e meu Colesterol bom sempre foi alto.
Há dois anos parei de fazer musculação, engordei 15 quilos e comecei a tomar Sinvastatina… Há dois dias já estou sentindo dores no joelho esquerdo, é o resultado da ociosidade e sobrepeso…
Sinto-me frustrada por não ter – ainda – começado a inverter o processo.
Ótimo texto. Parabéns e um abraço.
18 de abril de 2013 às 10:32 |
O diabo inventou um monte de coisas gostosas , o controle remoto , e tudo o mais para ficarmos cada vez mais sedentários e obesos…. entupindo nossas artérias, etc… Carammmmmba , inverter esse processo é uma coisa para heróis!!! Saudades! Vamos marcar uma caminhada ?(não mais um chop rrrrr)
19 de abril de 2013 às 11:10 |
Pessoal,
A hora de mudar é agora…não deixem para amanhã.
24 de maio de 2013 às 13:11 |
Boa tarde!
Conheci o Carioca do Rio recentemente e gostei bastante do foco e assuntos abordados no blog. Trabalho com produção de conteúdo e gostaria de lhe fazer uma proposta. Há algum e-mail de contato direto? Aguardo retorno e agradeço desde já. Abs, Clara Matos.