A turma B era até mal vista na escola. O pessoal estourava cabeções no banheiro, batucava nas carteiras, fazia guerra de giz, colava chiclete no teto para vê-los descer lentamente em plena aula e, de repente; …. culpa do Bacalhau que tirou a cara da frente e deixou o apagador quebrar a vidraça. Quando a Gina da turma D fez aniversário foi uma festa…”Viva a Gina!”, cantava o andar inteiro.
Transgredíamos mas o inspetor Fausto não deixava barato. Havia disciplina. E lá vai todo mundo formado de pé na porta do banheiro, detidos mais uma vez depois da hora.
Nos encontramos em 1966, no 1º ginasial. Era o tempo da ditadura embora no início não tivéssemos nem ideia do que isso significava. Seguimos por décadas perdidas e sobrevivemos aos militares, aos Sarneys que nunca se vão, aos planos e às cores do poder, ao Itamar e suas saliências, ao Real que deu certo e nos reencontramos há alguns anos sob o império de Lula e seus mensaleiros.
As aulas da D.Mary, do Freitinhas, da bela tia (ou seria prima) da saudosa Maria Cristina, da sisuda prof. de inglês, do Ítalo de histórias e passeios e até daquele simpático professor de latim serviram para alguma coisa. Porque podemos nos orgulhar da bagunça que fizemos e do rumo que demos às nossas vidas.
Os que perdemos viverão na nossa memória, parte que sempre serão da turma B de 1966, turno da tarde do Colégio Pedro II do Humaitá.