Aos 3 anos de idade, eu não estava nem aí pra copa do mundo. Mas para os brasileiros que sofreram a final de 50 no Maracanã, estava mais do que na hora de vencer uma Copa do Mundo.
Anos mais tarde, fiquei vidrado ao encontrar esta tabela da Copa da Suécia, guardada pelo meu irmão. A tabela foi distribuída pela Contigráfica, uma tradicional papelaria de Laranjeiras. Jogo após jogo, minha mãe foi preenchendo o resultado dos jogos e anotando as seleções das quartas-de-final, da semi e da final.
A copa da Suécia é a primeira da qual se tem grandes e felizes lembranças. Os dribles de Garrincha, o chapéu do Pelé dentro da área e o choro do rei ao final são algumas destas imagens inesquecíveis. O gesto do capitão Bellini levantando a taça tornou-se um ícone dos campeões das copas e inspirou a estátua em frente ao Maracanã (clique aqui para ver).
A guerra fria ia de vento em popa. Duas nações da cortina de ferro, Rússia e Iugoslávia, chegaram até às oitavas-de-final mas ficaram por ali mesmo. Desde pequenos nos acostumamos a ver a Iugoslávia, que já não existe, como uma referência em esportes. Nas copas mais recentes pouco apareceram os países do leste europeu. As coisas mudaram muito nestes últimos sessenta anos.
O caminho brasileiro até o título não foi tão fácil como fazem parecer os 5 x 2 contra França e Suécia. O Brasil sofreu com a Inglaterra e teve que lutar muito para superar a seleção dos empates, País de Gales, com um sofrido 1 x 0. Estes caras nunca mais apareceram nas copas.
A vitoriosa geração de 58 vai se despedindo de nós. A cada Copa temos menos deles para homenagear em vida.
Até a Contigráfica se foi … Pouco após a copa da África do Sul ainda continuava no mesmo lugar, fornecendo material escolar a gerações de estudantes de Laranjeiras, particularmente os do Liceu Franco-Brasileiro, como o meu irmão naquela época e eu, anos mais tarde. Mas seu tempo também passou. Clique aqui para ver sua história.
A história das copas por Cariocadorio:
https://cariocadorio.wordpress.com/category/copas-do-mundo/
Fotos: tabela da copa, arquivo Cariocadorio; Bandeira da Suécia e O Choro do Rei, fotos obtidas da internet.
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20 de maio de 2014 às 09:36 |
Grande artigo. Pois é, a galera antigamente devia roubar muito bem, visto que ninguém acusa ninguém de ter feito falcatruas ou coisas do gênero. Ou será que todo mundo roubava de forma comunitária? Ou será que não havia roubo? Não, essa não, esqueça a última sugestão.
22 de maio de 2014 às 23:25 |
Pra começar, a FIFA ainda não tinha aprendido a ganhar fortunas. E na Suécia, a coisa era um pouco mais séria. As copas agora são na África do Sul, no Brasil, no Qatar, na Rússia…Como diz o Pelé: “Intendi?”.
12 de junho de 2018 às 12:26 |
A primeira Copa que acompanhei pelo rádio. Lembro de cada jogo, como se fosse hoje. Era um sofrimento pois a bola sempre passava raspando à trave, o goleiro fazia uma defesa extraordinária, tudo era imaginação. Dias depois passava o filme com lances do jogo na TV Tupi. Era bem diferente do que fora narrado…
13 de junho de 2018 às 22:15 |
Típico das narrativas quando ainda não havia TV direto.