Antigamente as companhias aéreas distribuíam em voos internacionais. Vinha em uma bolsinha com outros apetrechos. Pente, dentifrício com escova, meias para aquecer os pés e o tal tapa-olhos. Tinha até pra quem sentava na classe plebe rude, aquela entre a econômica e a de fumantes. Atualmente é senta aí e se vira para arrumar lugar pros joelhos. Tem gente que adora mas eu nunca me acostumei a usar tapa-olhos. Me atrapalha mais que ajuda a dormir.
Mas eu lembro de ter usado. Lá pelos idos de 1966, talvez 67 ou 70, minha mãe fez um tapa-olhos pra mim. Não era pra dormir. O Raimundo Nonato, técnico de basquete no Fluminense, mandava a gente atravessar a quadra quicando a bola com o tapa-olhos. “Mais rápido, mais rápido…” gritava. A gente perdia a bola, dava cabeçada no outro mas o fato é que fomos aprendendo. A quicar sem ver a bola e a enrolar o técnico. Sempre tinha um espacinho livre de tapa-olhos.

Tempos de DS
O último que ganhei de uma aérea já tem bastante tempo. Foi numa rara viagem de executiva. Os outros sumiram no tempo mas este, por sorte, ficou. São destas voltas que o mundo dá.
Nunca pensei que o tapa-olhos seria tão útil para ir ao supermercado.
Foto by Cariocadorio; “tapa-olhos no supermercado”, Abril de 2020
22 de abril de 2020 às 12:46 |
Boa, amigo carioca!! Abraços e boa sorte!