Bons tempos. Pouco acompanhei o pré-copa daquele ano. Estava distante, no país que receberia o mundial. Pouco soube da polêmica das eliminatórias, da convocação do Romário no último instante para classificar o Brasil.
No primeiro jogo em Dallas estávamos lá para ver Espanha e Coréia empatarem em 2 x 2. A Espanha fez dois a zero e deixou a Coréia empatar no último minuto. Fiquei muito feliz pela oportunidade de presenciar uma partida de Copa do Mundo.
Mas a volta à Terra Brasilis atrasou e pudemos ver o Brasil de perto, contra a Holanda, naquele que foi um dos melhores jogos de todas as copas.
A Holanda repetia a história do primeiro jogo em Dallas empatando após o dois a zero do Brasil. Estávamos desanimados na arquibancada quando Branco ajeitou a bola lá do meio da rua.
“Vai bater direto daí?” , protestei revoltado.
Depois disso só me lembro do rosto triste dos holandeses na minha frente uns minutos mais tarde.
Começamos a volta pra casa. As crianças mereciam uma parada em Orlando. No quarto do hotel, uma TV de 14″, um canal mexicano, uma imagem horrível cheia de chuviscos: 1 x 0 magrinho sobre a Suécia.
Aquele time encardido da Suécia bateu uma surpreendente Bulgária para ficar em terceiro. Outra equipe notável de 94 foi a da Romênia de Hagi. O lado negativo ficaria por conta das confusões dos argentinos Maradona e Cannigia, astros da copa anterior, e do triste destino do colombiano Andres Escobar.
Junto com o Plano Real do governo Itamar Franco, o Brasil chegou a uma decisão de Copa do Mundo, coisa que não víamos desde 1970. Contra a mesma Itália que vencemos em 1970, a mesma que nos havia roubado o título de 82.
Foi fazendo uma corrente de mãos dadas na casa dos Velhos que vimos Tafarel pegar um pênalti e o Baggio jogar a bola pras nuvens em outro.
Tetra-campeão!
Fotos by Cariocadorio; Dallas, 1994