Depois de muito pensar decidimos ter uma casa na serra. Tranquilidade, esportes e um clima mais gostoso que o calor do Rio de Janeiro fazem muito bem para recarregar as baterias no fim de semana. Encontramos uma casa do jeito que queríamos. Um pouco mais do que podíamos mas ainda assim fechamos o negócio.
Durante as negociações avisei ao proprietário que não poderíamos ficar com o caseiro e muito menos com o cão. Conversa daqui e dali e ele nos convenceu que o Sr. Daniel era ótimo e que valia a pena ficar também com o cão. Decidimos, em comum acordo com o Sr.Daniel, fazer uma experiência.
E lá estava eu com um segundo animal doméstico. Uma gata (Tai, de “Um dia, um gato“) e um cão. Para não fugir da regra o cão é uma cadela, que atende pelo nome de Meg. Quer dizer, atende quando o Sr. Daniel manda, porque os donos da casa conseguem muito pouco com ela.
A Meg é um pastor alemão que já vai para os seus 8 anos de idade. Tem sempre um ar um pouco triste, exceto talvez quando late ferozmente para os raros transeuntes daquela rua tranqüila. Ela impõe respeito mas é extremamente afetuosa e carente da companhia de humanos.
Quando o Sr. Daniel não está ela invariavelmente penetra na casa. No início ainda conseguíamos que nos atendesse um pouco mas a Meg logo aprendeu que não podemos com ela. Entra rápido e se joga no chão. Quanto mais a gente tenta tira-la do lugar mais ela se ancora de alguma forma. Já tentei arrastá-la pela coleira mas o bicho é muito pesado e além disso tem um bocão cheio de dentes. Não acredito que vá usar contra mim mas prefiro não abusar da certeza. Certa vez neste processo de arraste ela simplesmente se agarrou na porta com as partas dianteiras.
Mas sua maior arma é aquele olhar que pede para deixá-la onde está. Eu não me deixo impressionar por isso mas acabo concordando que fique. Só pra não contrariar a esposa, é claro. A Meg é um ser boníssimo … e já faz parte…
Fotos by Cariocadorio, Meg (novembro de 2009)