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Copa do Chile, 1962

22 de maio de 2014

A copa de 1962 nos lavou de vez a alma. 
Em 1959, um ano após conquista da Jules Rimet na Suécia, o Brasil seria campeão mundial de basquete no mesmo Chile que nos veria levar a Taça pela segunda vez . 
Maria Ester Bueno conquistava um título após o outro, incluindo vários em Wimbledon.  

Estávamos nos livrando por completo do complexo de cachorro vira-latas.    

Brasília era o símbolo de um novo país, capaz de criar cidades no meio do nada. A Bossa-Nova conquisava o mundo e a indústria brasileira estava em crescente desenvolvimento.   O Brasil já podia fabricar os seus próprios carros e, pasmem, mamadeiras para alimentar seus futuros jogadores de futebol, artistas e políticos. Estes, porém, sempre preferiram mamar em tetas mais nutritivas.      

A Mamadeira e a Taça

A prova está aí, nesta tabela patrocinada pelas mamadeiras EVEN, feitas em vidro siliconisado (seja lá o que isso for) e oferecida pela Farmácia Brasil, situada na Rua Dona Romana no Lins de Vasconcelos . 

Nossa tabela cor de rosa tem uma história.  Antes do início do torneio, minha mãe preencheu a lápis o lugar de “campeão do mundo” : Brasil … e deu certo. 

Na luta européia os países do Leste levaram a melhor:  4 seleções da cortina de ferro chegaram às oitavas-de-final. Duas passaram às finais onde acabaram se dando mal contra os sul-americanos.  O Chile fez bonito em casa, chegando em terceiro.  

Tabela da Copa de 62 – Clique para ampliar

Garrincha no Chile

Sem Pelé, que se machucou no primeiro ou segundo jogo, restou ao Brasil contar com a maestria de Garrincha. O “Anjo das Pernas Tortas” foi o dono da Copa de 62. Bateu faltas com precisão, driblou como nunca e fez até gol de cabeça, coisa que os russos juravam que ele não sabia fazer. Nilton Santos foi fundamental ao malandramente evitar um penalti contra a Espanha.  Zito comandou o meio de campo para que Vavá fosse nosso artilheiro.

Mas nossa lua-de-mel com a história teria vida curta.  Se nos esportes era tempo de festas, na política o país já sentia os efeitos de um mundo dividido. Veio o golpe militar de 64 e, em 1966, uma copa inglesa pra brasileiro esquecer. 

A história das copas por Cariocadorio:
https://cariocadorio.wordpress.com/category/copas-do-mundo/

Fotos: Tabela da copa, arquivo Cariocadorio; as demais, fotos obtidas da internet.

Copa de 62, Chile

22 de abril de 2010

A copa de 1962 nos lavou de vez a alma.  Após a vitória na Suécia em 58, o Brasil foi campeão mundial de basquete no mesmo Chile que nos veria levar a Taça Jules Rimet pela segunda vez consecutiva. 

Estávamos nos livrando por completo do complexo de cachorro vira-latas.    

Brasília era o símbolo de um novo país, capaz de criar cidades no meio do nada e uma indústria em crescente desenvolvimento.  País da bossa-nova, o Brasil já podia fabricar os seus próprios carros e, pasmem, mamadeiras para alimentar seus futuros jogadores de futebol, artistas e políticos. Se bem que estes últimos prefiram mamar em outras tetas.    

A prova deste momento está aí, nesta tabela patrocinada pelas mamadeiras EVEN, feitas em vidro siliconisado (seja lá o que isso for) e oferecida pela Farmácia Brasil, situada na Rua Dona Romana no Lins de Vasconcelos . Se isso tudo teria a devida continuidade depois é outra história…   

Antes do início do torneio, minha mãe preencheu a lápis o lugar de “campeão do mundo” : Brasil … e deu certo.  Na luta européia os países do Leste levaram a melhor:  4 seleções da cortina de ferro chegaram às oitavas-de-final e duas passaram às finais onde acabaram se dando mal contra os sul-americanos.  O Chile fez bonito em casa, chegando em terceiro.  

Tabela da Copa de 62 - Clique para ampliar

Garrincha no Chile

Sem Pelé, que se machucou no primeiro ou segundo jogo, restou ao Brasil contar com a maestria de Garrincha para desequilibrar a nosso favor. Garrincha foi o dono da Copa de 62. Driblou como nunca e fez até gol de cabeça, coisa que os russos haviam jurado que era coisa que ele não sabia fazer. Nilton Santos foi fundamental ao evitar um penalti conta a Espanha e Zito comandou o meio de campo para que Vavá fosse nosso artilheiro.

A vida pode seguir  tranquila até 1966, quando inexplicavelmente não houve a copa marcada para a a Inglaterra.  Só  nos restou aguardar até a edição seguinte, no México.

A história das copas por Cariocadorio:
https://cariocadorio.wordpress.com/category/copas-do-mundo/

Fotos: tabela da copa, arquivo Cariocadorio; fotos obtidas da internet.

Catástrofe Chilena

14 de março de 2010

No momento em que tomava posse o novo presidente do Chile, a terra tremeu novamente naquele país de estranha geografia.  Geografia esta que tem relação com sua saga de país suscetível a terremotos.  Mais uma vez, nossos amigos chilenos se direcionaram às partes altas de cidades como Viña del Mar e Valparaíso.  Antes de mais nada, com eles o nosso carinho e votos de uma pronta recuperação do país.

O Chile é o país sério da América do Sul.  Talvez pelo seu histórico de dificuldades climáticas e variadas guerras internas e internacionais, o povo chileno parece ser menos vulnerável às típicas tragédias de brasileiros, argentinos e outros: a corrupção desenfreada que assola o continente de Roberto Carlos.  Os carabineros chilenos formam uma polícia  reconhecidamente mais eficiente e menos corruptível que as demais.

Mas quando situações extremas acontecem, a raça humana dá a exata dimensão da sua baixeza e debilidade de caráter, deixando o egoísmo e a ambição sem limites imperarem sobre a nossa capacidade de viver em sociedade, no que chamamos civilização.

No momento em que seus conterrâneos sofriam as consequencias da catástrofe, no seu infortúnio coletivo, uma parcela deste povo chileno partiu para a barbárie dos saques indiscriminados. Não foram saques, perfeitamente aceitáveis, para conseguir a comida e a água que se tornavam escassas.  Saquearam lojas de  aparelhos eletrodomésticos, de informática e outros. Tampouco se pode dizer que foram as pessoas pobres que aproveitaram da oportunidade.  Havia de tudo, principalmente carros de classe média alta que paravam diante das lojas e levavam tudo que podiam.

Este episódio em condições extremas não muda minha convicção de que os chilenos são o povo mais sério da América do Sul mas aumenta a certeza de que o homem está muito longe de ser uma raça civilizada.