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Royalties do Rio

15 de março de 2010

A semana que passou foi particularmente pródiga em provocar desconforto no cidadão minimamente atento à rotina a sua volta. De uma só vez chegaram as notícias de novos tremores no Chile, assassinato de um cartunista e seu filho em Osasco e confrontos do tipo polícia e bandido que deixaram um saldo de uns tantos mortos no Rio de Janeiro. 

Macaé, nascer do sol e sonda de petróleo

Para o nosso estado, a aprovação da emenda “vamos meter a mão no dinheiro do Rio de Janeiro” foi a bomba da semana.  Os estados produtores têm, legitimamente, direito a esta parcela dos recursos gerados pela produção de petróleo para  cuidar principalmente da infra-estrutura e meio-ambiente locais.  Interessante que a emenda Ibsen não altera a distribuição dos royalties da produção em terra, só no offshore. A razão é simples, é no mar que existe muito petróleo, muito dinheiro. Azar do Rio de Janeiro.

Chama a atenção o pífio desempenho do governo e da bancada estadual em defender os direitos do Rio de Janeiro. É inacreditável que o importante deputado Rodrigo Maia, presidente do seu partido, tenha preferido viajar para a Alemanha em uma obscura missão a participar da votação em Brasília. Era sua obrigação levantar a voz em nome daqueles que representa, mesmo que a derrota fosse inevitável. 
Por outro lado o governador Sergio Cabral chiou,  esperneou e se indignou depois da derrota. Dizem que quase enfartou.  Estranho, porque o resultado era mais do que certo. Depois do leite derramado o governador resolveu promover impróprios minutos de silêncio em jogos de futebol e outras medidas de pura demagogia improdutiva.  Mas que tipo de trabalho político foi feito para evitar este desastre?  Houve erro de estratégia ou era mesmo inevitável que ocorresse?
Pior é a declaração do governador de que a emenda inviabiliza a realização da Copa de 2014 e das olimpíadas de 2016. Quer dizer que o dinheiro que deve ser aplicado em investimentos que tragam benefícios perenes será maciçamente destinado a eventos esportivos cujo retorno para o cidadão é mais do que duvidoso? Se esta é a grande preocupação do governador quanto ao destino destes recursos talvez seja  melhor mesmo redistribuí-los.

Nuvens sobre Macaé

Não, melhor não…para quaisquer  outras mãos que o dinheiro possa ir a aplicação não será nem um pouco mais nobre. Triste.

Fotos: Sol Nascente, Macaé e Sonda (6/2/2010, Flickr, Creative Commons, by Gladstone P. Moraes); Panorâmica de Macaé, Nuvens (23/1/2010, Flickr, Creative Commons, by Gladstone P. Moraes) (Link para galeria de Gladstone P. Moraes)

Píer Mauá

2 de fevereiro de 2010

Veleiros no Píer Mauá

A presença dos veleiros das armadas sul-americanas no Píer Mauá bem como os navios de  cruzeiro atracados no cais dão a exata dimensão do potencial turístico e econômico da região do Porto do Rio de Janeiro.  Esta visão nos permite imaginar como ficará o porto do Rio de Janeiro após a implantação projeto do Porto Maravilha. Píers  perpendiculares ao cais permitirão a atracação simultânea de navios espetaculares que poderão ser vistos desde os jardins do reformado Píer Mauá. Este parque estaria livre da presença dos carros graças ao estacionamento subterrâneo projetado para a Praça Mauá.  (link do projeto da Porto Maravilha)

As confortáveis instalações do terminal marítimo, permitindo o desembarque, imigração e alfândega em vias suspensas facilitarão a vida do turista.  Lojas e restaurantes em áreas do porto providas de segurança e conforto incentivam o aumento dos gastos destes turistas no Rio de Janeiro.  Tornando-se uma atração por si mesmo, o terminal marítimo incentivará a procura do turismo por via marítima no Rio de Janeiro iniciando  assim um círculo virtuoso que durará enquanto a economia mundial o permitir.

 

Costa Mágica

Entre outros benefícios, o projeto do Porto Maravilha parece uma combinação perfeita entre a atração turística para estrangeiros e brasileiros associada ao lazer com custo mínimo para os cariocas.  

Mas de repente a gente acorda destas divagações sonhadoras e encara uma realidade menos promissora.  Observa que a beleza dos veleiros no píer Mauá só é possível porque a obra da primeira fase do projeto Porto Maravilha, anunciada em outubro passado, ainda não começou (link para “Praça Mauá – o renarcer” ).  Passados quatro meses a única coisa que se vê ainda é aquela enorme placa de 40 metros anunciando a obra em frente ao píer.  No final faz-se tudo correndo, a toque de caixa, materializando apenas uma pequena parte do que foi prometido e gastando cinco vezes mais do que o orçado.  E que se dane a qualidade.  Mas a inauguração será na data certa para que os políticos possam subir ao palanque.

A Placa

Não estamos aqui para jogar a toalha.  Este projeto é importantíssimo para o futuro do Rio de Janeiro.  Vamos acompanhá-lo buscando contribuir no que seja possível para que sua realização venha a beneficiar a cidade.

Fotos by CariocadorioVeleiros no Píer Mauá (Fev. 2010); Costa Mágica (Fev.2010); A Placa (Out.2009)