Posts Tagged ‘responsabilidade’

O Cinto de Segurança e o Futuro do Brasil

21 de maio de 2017

Entrar no carro e colocar o cinto de segurança é quase automático.

Mas não foi sempre assim. Só em 1994 o cinto passou a ser obrigatório no Brasil.  Apesar de sua capacidade de salvar vidas, somente após muita propaganda e, principalmente, multas para infratores, o cinto passou a ser efetivamente usado. Hoje a maioria se sente nu sem ele no carro. Já está no DNA, os jovens nem sabem o que é não usar.

Não nascemos sabendo viver em harmonia, respeitando leis e os demais.  É preciso educar e disciplinar.  E isto não se faz com excesso de bondade e tolerância. É preciso punir, rigorosamente se necessário, por um bem maior.

Minha esperança, minha ambição, é que a história recente do cinto de segurança se repita em Brasília.  Para isso será necessário tolerância zero com o inaceitável, punições exemplares aos que cometem estes crimes que se traduzem na falência moral da sociedade brasileira e nos enchem de vergonha.

Um dia alguma geração de brasileiros fará o correto simplesmente porque é assim que se fazem as coisas.

Palácio do Planalto

Foto by Cariocadorio; Braília, 2016

Rio de Janeiro, a Cidade do Amanhã

1 de janeiro de 2016
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A Cidade do Amanhã

Sou obrigado a reconhecer que os cariocas, nascidos ou não no Rio de Janeiro, somos uns mal-agradecidos.  Não contentes em viver numa cidade de beleza incomparável, cuidadosamente talhada entre montanhas verdes e mares azuis, ainda queremos ter segurança, escolas e hospitais que funcionem.

É verdade que não se pode passar em certas vias públicas a tantas horas do dia sob o risco de aumentar a probabilidade de assalto dos normais 48 para inaceitáveis 92,5%.  Também é verdade que às vezes algum incauto fica doente sem que haja UPA que o atenda, ou que uma grávida inescrupulosa decida dar à luz na hora da troca de turno.  Particularmente quando o governo não pagou ninguém e o hospital não tem médico em turno algum pra fazer a troca.

Mas não se pode querer tanto quando se tem a Quinta da Boa Vista, o Pão de Açúcar, a Floresta da Tijuca, as praias do Leme ao Pontal, a Lagoa Rodrigo de Freitas, o Jardim Botânico, a nova Praça Mauá, e vou parar por aqui se não acabo esquecendo do Cristo Redentor, com seus braços abertos sobre a Guanabara.

Há que escolher entre uma cidade maravilhosa e um governo que preste.  O fato é que, antes mesmo de 1° de março de 1565, o carioca já havia feito a sua opção pelo belo.  Mais do que isso é descabida ambição.

Foto by Cariocadorio: Cidade do Amanhã, dezembro de 2015

Nota: baseado em crônica de Machado de Assis (15/09/1876)

Futebol e sociedade

8 de fevereiro de 2015

150208 sub20A participação do Brasil no sul-americano de futebol sub-20 reflete o momento da sociedade brasileira. Nossos jovens atletas, a maioria peças importantes em seus clubes, foram amplamente superados pelos rivais. Derrotas claras para Argentina, Uruguai e Colômbia, em todas as partidas que valiam alguma coisa.

Perdemos até nas vitórias. Quando não no placar, perdíamos no comportamento, no “fair-play” (…é o cacete), na inteligência emocional. Nossos jogadores aliavam a burrice à falta de caráter e à irresponsabilidade ao dar entradas covardes nos adversários aos 45 do segundo tempo, com o jogo decidido. Cartões amarelos e expulsões explicáveis apenas pelo instinto perverso de rapazes mal formados moral e psicologicamente.

E que dizer do técnico Gallo igualmente expulso de campo pelo juiz no final de uma partida? Incapaz de conduzir estrategicamente uma equipe ao jogo coletivo, à prática sadia do esporte. Incapaz de transmitir equilíbrio emocional a atletas perdidos em campo. Deixo o pífio desempenho técnico e tático para avaliação de quem entende disso.

Foi patético ver nossos fortíssimos atletas serem envolvidos pelos pequenos colombianos e argentinos. Superados pelos esforçados uruguaios. Um bando de pseudo-estrelas tentando resolver sua própria vida em vez de contribuir para o coletivo.

Estava em campo o Brasil que estamos formando. Fruto da tolerância às transgressões, da prevalência do indivíduo sobre o coletivo. Uma sociedade que busca objetivos pequenos e efêmeros em detrimento de conquistas maiores e perenes.

Bem-vindo ao caos carioca

21 de dezembro de 2013
Turistas puxando malas na Rio Branco

Turistas puxando malas na Rio Branco

De repente tinha um monte de gente atravessando a rua sob o que ainda resta da Perimetral. Na Praça Mauá e seus arredores, turistas desembarcados dos luxuosos cruzeiros sentiam um choque de realidade.   Rapidamente se espalharam pelas calçadas do início da Av. Rio Branco.   Carregando malas e bagagens caçavam taxis que os levassem ao seu destino na Cidade Maravilhosa. Na praça havia uma fila organizada mas os taxis custavam a aparecer. Ainda tiveram sorte de não estar chovendo e de não terem que encarar o infernal calor do meio-dia, típico desta época.

O cenário era perfeito para ação de bandidos, taxistas desonestos e outros pilantras. A chegada ao Rio de Janeiro pela rodoviária Novo Rio e pelos aeroportos do Galeão e Santos Dumont parecem coisa de primeiro mundo se comparados ao caótico desembarque de turistas na Praça Mauá.

Turistas na Praça Mauá

Turistas na Praça Mauá

Seria fácil dizer que tudo será resolvido quando tivermos o terminal marítimo apropriado.  Mas bastaria um mínimo de organização e competência aliados a respeito ao consumidor para evitar esta situação.  Conhecendo a nossa realidade, é de se esperar que este caos perdure por toda a temporada.    

Fotos by Cariocadorio:  Turistas na Praça Mauá e Turistas na Av. Rio Branco (20/12/13).

INFRAERO, voadoras e o suplício de viajar

11 de dezembro de 2013

É impressionante a capacidade que a INFRAERO tem de reinventar a sua própria incompetência. Cada vez que se vai a um aeroporto a situação está pior. O desconforto e as intermináveis obras do Galeão e do Santos Dumont, aliados ao desprezo que as voadoras têm pelos passageiros, fazem de uma simples viagem de ponte-aérea um imenso desprazer.

Avião do Voo 1012 que não foi

Avião do Voo 1012 que não foi

O ar condicionado não funciona, os banheiros são fétidos e a organização inexiste. Enquanto isto as voadoras transferem seus passageiros de um voo para o outro sem maiores explicações.  Mas se o passageiro quiser mudar um voo, mesmo com antecedência, tem que pagar por isso.
Eles podem mudar sem aviso prévio mas os passageiros têm que pagar previamente por qualquer mudança.

Neste sábado mais uma vez aconteceu no voo 1012 da Gol, de Congonhas para o Rio:
“Estamos sem tripulação para o voo”, é a desculpa usual.  E nós com isso?

Coincidência ou não, a transferência foi para um voo onde cabiam todos os passageiros de dois outros voos.
A principal característica destas situações é a tática de guerra utilizada pela voadora:  desinformar para dispersar e evitar que o inimigo (os passageiros) se agrupe.  O painel mostra uma informação errada e os “colaboradores” da voadora nada sabem informar.

O painel que desinforma

O painel que desinforma

E as pessoas ainda se preocupam com o que vai acontecer na copa do mundo e nas olimpíadas.   Não dá pra gente se procupar com turistas quando somos nós que temos  esta rotina de conviver com o caos.  Minha indignação é com o que acontece conosco, brasileiros de todos os dias.

Fotos by Cariocadorio:  Congonhas (7/12/13)

Proclamação da República

15 de novembro de 2013

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Mamãe jamais teve dúvida com respeito a certas coisas: “luta de boxe é tudo marmelada” e “rico não vai pra cadeia” estavam entre suas mais firmes convicções.  Brigamos muito por causa disso.  O tempo me mostrou que ela, no mínimo, acertou muito mais do que eu.

Se minha mãe ainda estivesse entre nós, hoje, neste 15 de novembro de 2013, talvez eu pudesse ter um momento de vitória nesta discussão de toda vida.

“Hoje comemoramos o 124º aniversário da Proclamação da República. A origem da palavra República nos ensina muito. A palavra República vem do latim e significa ‘coisa pública’. Ser a presidenta da República significa exatamente zelar e proteger a ‘coisa pública’, cuidar do bem comum, prevenir e combater a corrupção”.

Presidente Dilma

 “Viva o PT”.
“Considero-me preso político”

José Genoíno

“Não importa que me
tenham roubado a liberdade: continuarei a defender por todos os meios ao meu
alcance as grandes causas da nossa gente, ao lado do povo brasileiro,
combatendo por sua emancipação e soberania”

José Dirceu

As palavras da Presidente vão ao encontro dos anseios da população.  Enquanto isso, os criminosos procuram desvirtuar a verdadeira razão de sua condenação.  Procuram se mostrar como vítimas e perseguidos políticos… Mas durante o seu próprio governo?

Banqueiros, empresários, presidente de partido e o chefe do gabinete civil do governo Lula estão a caminho de ver o sol nascer quadrado.  Isto é uma grande novidade neste país. Felizmente o ex-presidente Lula não sabia do que estava sendo tramado nos bastidores do seu governo. Talvez ele pudesse ser envolvido nesta situação, o que seria altamente constrangedor para o povo brasileiro.

E mais uma vez, 15 de novembro é um dia histórico no Brasil.
Estaremos diante de um marco contra a seletividade do sistema prisional brasileiro?
Será que finalmente minha mãe, de onde estiver, verá uma razão para duvidar de suas próprias convicções?

Imagem obtida na internet.

Hora de voltar ao trabalho

22 de junho de 2013

A mensagem está dada.
Embora a presidente tenha fingido não entender direito, ficou claro que estes que ela disse estar chamando para negociar não representam legitimamente aqueles que foram para as ruas nem mesmo os que ficaram em casa.

Espero que a turba política tenha entendido um pouco e comecem a desmontar o circo de deboches que se tornou o congresso.  Quanto mais odiado, mais controverso, mais impróprio para a função, mais certo chegar ao cargo.  É assim que condenados no STF continuam com o mandato, pastor defende os direitos humanos da Igreja dele, Renan se protege de seus crimes e comissão de ética tem gente que foi repudiada por não tê-la.  Muito piores são os que os levam a estes postos. 

Se insistirem neste momento, trabalhadores, estudantes e pessoas comuns em geral, correm o risco de servir de massa de manobra, se é que não já serviram.  

Grupos organizados utilizam as manifestações para seus próprios interesses. Mesmo legítimos, podem não ser exatamente os mesmos dos que estão ali engrossando as manifestações.  Há muito mais do que vinte centavos, PEC 37, cura gay, corrupção e fora Renan sendo colocado em pauta.  Coisas que passam longe do entendimento da maioria, na qual me incluo.

Sem falar na proteção que as manifestações promovem para vândalos, bandidos e ladrões vulgares.

É hora de voltar ao trabalho.

Que se danem as Olimpíadas

18 de janeiro de 2013

Que se danem as Olimpíadas e a Copa do Mundo e junto com eles a FIFA, a CBF, o COB e os políticos de turno. E que se danem os turistas que vêm para estes eventos. 

Chega de ler e ouvir que o Rio não está preparado para a Copa e para as Olimpíadas. Que o aeroporto do Galeão (recuso-me a chamar aquela porcaria com o nome de um dos maiores compositores que a humanidade já conheceu) não vai aguentar, que a segurança é muito ruim, que o trânsito é caótico, que a infraestrutura não suporta tantos turistas e que vai ficar pior nestes eventos.  Pois que se danem os visitantes.  

O problema do Rio de Janeiro é não estar preparado para nós que moramos aqui.  Para nós que precisamos ir para o trabalho todos os dias.  Que saímos e chegamos em casa pelas estradas e aeroportos da nossa cidade. O Rio de Janeiro deveria estar sempre bem, independente de qualquer mega evento.  
Lembram do legado que nos deixou o Pan de 2007?  Pois é, nada.

Partida da raia de remo na Lagoa. Feito para o Pan, hoje destroços boiando.

Partida da raia de remo na Lagoa. Feito para o Pan, hoje destroços boiando.

Hospital São Francisco de Assis...vergonha

Hospital São Francisco de Assis…vergonha

Quero um Rio de Janeiro formidável para nós que vivemos aqui. 

Quero hospitais públicos que funcionem e escolas decentes para nossas crianças.  Paguemos melhor a médicos e professores e menos para políticos e seus assessores nomeados à vontade.  Quero aeroportos minimamente bem administrados.  Não adianta gastar fortunas em obras. Se continuarem administrados assim serão sempre a imagem do caos. 

Caos no Galeão

Caos no Galeão

Quero obras de infraestrutura para todos e não somente para a Barra da Tijuca.  Botafogo é Rio de Janeiro há mais de 300 anos e não vai levar nada.  Vai continuar intransitável antes, durante e após as Olimpíadas. Enquanto a Barra de apenas 40 anos e grandes interesses está recebendo de tudo.  Não se assustem se vier a ser um município independente do Rio após as Olimpíadas.

O que não precisamos são prédios de 50 andares para “viabilizar” projetos de infraestrutura porque eles inviabilizam a cidade. O que não precisamos são obras mal acabadas, Porto Maravilha que tem que ser feito 3 vezes porque o Paes quis inaugurar com a Dilma, teto de túnel que desaba mal comece a operar e elevado quase caindo por falta de manutenção.  Aliás, como é que vão resolver isto “para as Olimpíadas”?

Quero polícia decente nas ruas, nenhum morador em área de risco, drenagem pra não inundar tudo assim que caem uns pinguinhos (em 80% dos casos basta desentupir os bueiros da rede pluvial), transporte decente pra todo mundo e cadeia para quem merece. 

Por falar em cadeia, um recado meio atrasado para aquele Ministro:
As cadeias brasileiras são do mesmo padrão das escolas e dos hospitais.  Se o senhor prefere morrer a ir pra cadeia, então a escolha é sua.  Quem precisa do hospital quer viver. Consertemos primeiro as escolas e haverá menos bandidos nas ruas. Assim vai sobrar espaço para os seus amigos de Brasília ficarem bem acomodados ou, se preferirem, morrerem a vontade.  

Com governos decentes, sem “Deltas”  e sem “Trump Towers”, viveremos bem e poderemos receber turistas o ano inteiro e todos os anos, como é a vocação desta tão mal cuidada Cidade Maravilhosa.  Aí então, que venham os mega eventos.

Igreja da Penha

Igreja da Penha

Fotos: Partida do Remo na Lagoa (outubro 2012), Caos no Galeão (maio 2012) e Igreja da Penha (dezemro 2010) by Cariocadorio; Hospital Sáo Francisco de Assis (março 2011) do site Museologando.

O guarda no meio do caminho

23 de abril de 2012

O artigo “Malditos Tachões” (aqui) pretendia chamar a atenção para os perigosos tachões que dividem as pistas seletivas de ônibus na Av. Pres. Vargas, na Av. Rio Branco e outras vias do Rio de Janeiro. Os tachões danificam a suspensão do veículo, estouram pneus, quebram rodas e derrubam motociclistas.   Os cones, invariavelmente deitados no chão, também são perigosos.

Entre carros e ônibus

Entre carros e ônibus

A ojeriza (justa, aliás) que o motorista de carros tem a motociclistas, motoboys em particular, dividiu o foco. Volto, então, ao tema para ressaltar a preocupação com o guarda de trânsito que fica no meio da avenida. Este trabalhador fica apitando, gesticulando e se desviando dos veículos que passam junto a ele, correndo alto risco de um acidente grave. Independente de alguém achar que isso melhora o tráfego, não vale a pena dar chance ao azar. 

Se acontecer uma tragédia, quem será o culpado? O motorista, o próprio guarda ou quem mandou ele ficar ali no meio da rua?  Parece óbvia a resposta. E se a decisão de ali ficar é do próprio guarda, a culpa é de quem não o orientou para não fazê-lo.

Já convivemos com lavadores de pára-brisa, pedintes, vendedores de todos os tipos, jornaleiros (veja aqui) e problemas demais nas caóticas ruas da cidade. Não precisamos que os responsáveis pelo trânsito acrescentem mais alguns. A prefeitura já anunciou a retirada dos tachões.  Que tal tirar o guarda do meio do caminho?

Fotos by cariocadorio: Av. Rio branco, abril de 2012

A tragédia nossa de cada dia

5 de fevereiro de 2012

Parte I:
Não é necessário pesquisar muito para lembrar de vários desastres recentes na cidade.  Para citar alguns, não faz muito tempo caiu um pequeno prédio no Catumbi;  uma explosão destruiu um restaurante no Centro;  o prédio semi abandonado do hospital do Fundão teve que ser implodido antes que caísse também.  No dia 30/01 um operário morreu e outros ficaram feridos em uma explosão no porto porque as redes fluviais estavam contaminadas com óleo. Por toda a cidade explodem bueiros por haver gás nas galerias do sub-solo. E não estamos nem falando de desgraças causadas por enchentes.

Assim, o desabamento do edifício Liberdade e de dois prédios vizinhos não chega a ser uma surpresa.  O Rio de Janeiro está sempre prestes a ser abalado por desastres de todos os tipos.  Como chegamos a este ponto? 

Falta seriedade antes, durante e depois destas catástrofes.  Logo após o recente desastre, alguém do governo saiu com a idéia de que precisamos de um “laudo” para todos os edifícios. Ele não lembra que o parque de diversões onde morreu uma jovem quando o brinquedo voou pelos ares também tinha um “laudo”. Segundo o site  ig, o CREA antecipou que a culpa deve ser das obras atuais no prédio.  Jornalistas, cidadãos e blogueiros podem “achar” a vontade mas o Conselho Regional de Engenharia deveria investigar seriamente primeiro e achar depois.

Metro na Av. Treze de Maio, 1975

Grandes acidentes geralmente acontecem em função de uma sequência de eventos, não por uma única causa. Portanto, se perguntarmos se a causa foi o abalo causado pelo buraco do metrô nos anos 70, a reforma do terceiro andar, a abertura de janelas na empena do prédio, o acréscimo de andares após a construção original ou o excesso de entulho no nono andar, a resposta provavelmente será que tudo isso contribuiu para a tragédia.
E em cada uma dessas fases haverá pitadas de irresponsabilidade, negligência e incompetência de proprietários, administradores, profissionais e autoridades. 

Alterações e obras (site ig)

Mas em última análise a culpa é da forma como nós, brasileiros, lidamos com assuntos sérios. De como escrevemos leis e as aplicamos.  De como fiscalizamos o cumprimento destas leis. De como apuramos responsabilidades e punimos culpados.  De como nosso legislativo é inoperante para o que realmente importa, de como nosso executivo não impõe a ordem e de como nosso judiciário faz de tudo para não concluir coisa alguma.

Parte II:
Caminhando pelo Centro quarta-feira passada, passei pela rua Treze de Maio e vi a operação final da remoção dos escombros dos edifícios no enorme vazio deixado no local. 

Vazio dos edifícios na 13 de maio

Teatro Municipal

Logo a seguir, observei o contraste da desolação com o Teatro Municipal, belíssimo, ainda com o frescor da recente reforma. Se este prédio centenário tivesse sido afetado, o prejuizo seria incalculável para o patrimônio cultural da cidade.

O pior é concluir que tivemos sorte nestas catástrofes.  Porque se ocorressem um pouco mais tarde, no caso da explosão no restaurante, ou um pouco mais cedo, no caso do Edifício Liberdade, estaríamos contando às centenas o número de perdas de vidas  humanas e de famílias atingidas. 

Mais adiante me deparei com a Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Não dá pra ver o Palácio Pedro Ernesto sem relacionar os que o freqüentam com a nossa rotina de desgraças.

Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro

Mas há coisas mais importantes para nos preocuparmos porque o verão continua, o Porto ficará Maravilha, a Copa e as Olimpíadas vem aí e, afinal, logo teremos eleições… 

Fotos: Tragédia, Vazio dos edifícios da Treze de maio, Teatro Municipal e Câmara dos Vereadores ( Fevereiro de 2012), by Cariocaodorio. Metro, av. Treze de maio, by Paulo Moreira (fevereiro de 1975) – obtida no site Rio de Histórias, de Rômulo Lima – e  Desabamento no Rio de Janerio arte by site ig (Fevereiro de 2012).