No balanço divulgado na mídia foram apreendidas pelo menos 170 armas, 100 granadas ou bombas caseiras e 30 toneladas de drogas. Morreram mais de 50 pessoas, quase todos marginais, e foram presos mais de 110 suspeitos. Diferente de outras vezes, a operação policial em curso no complexo do Alemão surpreende pelo planejamento, cooperação das várias instituições envolvidas, pela execução e pela pouca margem para denúncia de abusos e crimes das forças do estado.
Surpreende também a desorganização das tropas do chamado crime organizado, embora a grande maioria tenha escapado e continue por aí. E não são poucos.
Mas o que causa maior surpresa ainda é a quantidade de “chefes” capturados. Pela forma como são apresentados pela polícia, parece que todo mundo que foi preso ou é chefe ou é gerente de alguma área. Se não for exatamente assim, as autoridades precisam cuidado ao apresentar os suspeitos presos para não desacreditar o trabalho considerado histórico pela população.
Mas se tem mesmo tanto chefe, os caras precisam fazer uma reengenharia organizacional. É muito cacique pra pouco índio.