Há poucos anos a pequena frase que dá título ao artigo tomou conta das ruas. Chegava a incomodar como colovam os cartazes e sujavam tudo. Mas fazia sentido.
Globalização não é explicação pra tudo. A falta de orgulho próprio e de auto-estima assola o brasileiro em geral.
“É importado? Então é melhor”, por default (Opa!!!).
Os povos tendem a se achar melhor que os demais. São assim alemães, americanos, japoneses, franceses, argentinos etc. O brasileiro, ao contrário, se acha definitivamente pior que os demais. Então desprezamos o que é nosso, particularmente a cultura e o produto brasileiro. Exemplos deste desdém pelo produzido no Brasil estão em todos os lugares.
No dia a dia, o uso abusivo de palavras estrangeiras nos anúncios e propagandas é apenas um sinal. Algumas vezes este recurso chega a ser ridículo.
As razões para este complexo coletivo de inferioridade certamente tem fortes raízes no comportamento das elites brasileiras. Há séculos nossas elites procuram se distanciar do “resto do povo” e encontrar no “estrangeiro” a sua real imagem e semelhança. Não que o “resto do povo” seja muito diferente. Só que são exatamente as elites as que têm a obrigação de mudar o rumo das coisas e, obviamente, nunca o fizeram.
Enquanto isso continuamos tendo entregas do tipo delivery, comprando em sales e usando os das auto da vida. Cheios de creative technologie. E tome grana no bolso dos outros. Ainda assim, talvez um dia sejamos um povo que vai além do uso de chuteiras e camisas amarelas.
Que o espaço para comentários seja palco de contras, a favor e muito-pelo-contrários…
Fotos: All inclusive (na parede de uma academia na Lagoa) by Cariocadorio, julho de 2011; Sale de Roupas (obtido na internet); Interessante disque-delivery (na parede de uma escola municipal na Lagoa) by Cariocadorio, julho de 2011. Halloween é o cacete (obtido na internet).