Finalmente uma obra de porte no Rio de Janeiro. Há muito tempo não se via uma dessas. Quer dizer que o momento é para se parabenizar o Estado, não é? Infelizmente não. A linha elevada do metrô ao longo da Radial Oeste e da Praça da Bandeira até que ficou imponente. Mas precisava esse monstrengo de viaduto na entrada da Rua Francisco Bicalho?
Além de tudo ainda iluminam de noite como se fosse uma obra de arte. Do ponto de vista de engenharia, não encontro justificativas para este monstro. Muito menos do ponto de vista arquitetônico. Fica a impressão de que o governo quis fazer mais uma obra para aparecer. Como tudo que se faz atualmente, o importante não é o resultado prático, o benefício para a população ou a beleza da cidade. O objetivo é capitalizar em cima do que se está fazendo. Por isso é que saneamento básico perde para iluminação, fazer hospital é melhor do que colocar médicos para atender e as escolas que se constróem não têm professores ou merenda. O negócio é aparecer.
Além disso os especialistas dizem que é uma obra pela metade. O projeto original considerava uma passagem em dois níveis no Estácio seguindo até o Largo da Carioca. A nova linha utiliza os mesmos trilhos existentes. O resultado é um aumento no tempo entre trens de cada linha e uma capacidade muito menor que o projeto original.
O início de operação está sendo bastante tumultuado mostrando que, no mínimo, o planejamento foi mal feito. Só nos resta torcer para que seja apenas uma questão de ajustes para que tudo dê certo.
Que em 2010 o metrô “Da Pavuna a Ipanema” faça a população do Rio tão feliz quanto nos fez o Tim Maia “Do Leme ao Pontal”.
Fotos by Cariocadorio: Ligação Direta; Truss; Pra que tudo isso? (24/12/2009)