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Pão de Açúcar, um passeio em 1955

24 de janeiro de 2011
A menina e o Bondinho

Como tantas outras, uma família paulista visitava o Rio de Janeiro. 

Com suas praias, monumentos naturais e Carnaval, o então Distrito Federal era o centro das atenções do país.  Como se não bastasse, forjava-se a geração da Bossa-Nova, o movimento musical e cultural que levaria a cidade a outro patamar de cultura. Esta geração de artistas formidáveis, levou o Brasil do Rio de Janeiro para o mundo.  O Rio era realmente a cidade maravilhosa, bem cuidada e sem problemas de violência. Mazelas sempre houve mas nada parecido com o que existe hoje.

A família, a montanha e a Praia Vermelha

Mas o Rio estava prestes a ter as suas verbas transferidas para a construção de Brasília.  O começo da decadência da cidade cujo efeito seria notado um par de décadas depois, agravada por péssimos governos locais e o descaso do governo federal. 

Uma pessoa querida e o bondinho

Apesar da violência, o trânsito caótico e a poluição, há tanto o que ver na cidade que ela ainda é um importante destino turístico. Interessante que os ícones do Rio de Janeiro, suas praias, o Pão de Açúcar, o Maracanã  e o Corcovado estão aí desde os tempos do passeio retratado neste artigo. 

O que mudou, não foi para melhor. 

A  Copa do Mundo e a Olimpíada vêm aí.  Isto tudo nos custará caríssimo mas espero que ao final de 2016 tenhamos uma rede de transportes renovada, um Porto Maravilha de nos deixar orgulhosos, um aeroporto Antonio Carlos Jobim digno do nome que leva (por enquanto é melhor chamar de Galeão mesmo) e diversas obras de infra-estrutura que possam melhorar a vida do cidadão e trazer mais riqueza para a cidade.   Temos a oportunidade de revitalizar áreas degradadas há décadas.  

Temos que fazer a nossa parte, como mínimo, cobrar para que tudo dê certo.

A menina e Copacabana

Fotos do acervo pessoal do Cariocadorio. Passeio ao Pão de Açúcar, 1955.  Proibida a reprodução sem autorização prévia.

Amigos em Interlagos, 1975

8 de janeiro de 2011

Avalone-Chrysler de Pedro Mufato

Amigos não se encontram em cada esquina.  Não adianta procurar, amigos apenas acontecem. E só percebemos  depois de algum tempo.  O mesmo tempo que, junto com os caminhos da vida, nos afasta depois. 

Maverick (Div. 1)

Aquela amizade foi irrigada pela paixão pelo automobilismo.  Não havia muita gente por perto com real interesse pelo esporte a motor.  Para a  maioria o automobilismo se limitava ao Emerson Fitipaldi. A gente reverenciava o ídolo mas queria ver corridas acontecendo no Brasil, com carros feitos aqui e pilotos brasileiros.  Neste cenário, imagina o prazer de estar perto de um potente Maverick V-8 e de dar uma empurradinha em um protótipo Avalone-Chrysler.

Acompanhávamos juntos o automobilismo brasileiro desde os tempos do antigo Autódromo Internacional do Rio de Janeiro (aqui).  Tinhamos ido a todas as corridas de F1 em Interlagos mas aquele festival de velocidade, entre fórmulas, carros de turismo  e protótipos nacionais, era muito especial.   

Amigo em Interlagos, 1975

Mesclavam-se gerações de grandes pilotos.  A bordo do protótipo Berta, ninguém menos que o ótimo Luiz Pereira Bueno.  A fórmula Super Vê era a grande atração trazendo nomes como Alfredo Guaraná Meneses, Chiquinho Lameirão, Marcos Troncon, José Pedro Chateubriand e outros.   Tinha até mecânico de F1 na Super Vê.  Como se não bastasse tanta gente competente, ao volante de um Polar,  começava a se destacar um jovem Nelson Piquet Souto Maior, iniciando sua caminhada rumo ao topo do automobilsmo mundial. 

Até onde iria esse cara?

Naquele fim de semana em Interlagos celebrávamos, sem saber, o auge de uma amizade que segue até hoje,  embora à distância.  Celebrávamos também um dos maiores momentos do automobilismo brasileiro. 

Fotos : Avalone Chrysler de Pedro Mufato, Amigo em Interlagos e  Nelson Piquet no Polar fórmula Super Vê  (by Cariocadorio);  Maverick V8 da equipe Mercantil Finasa Motorcraft (by Geraldo).  Interlgos 1975.