Aquela era apenas mais uma caminhada em torno do agradável laguinho de Nogueira. Local dos mais aprazíveis descontando-se a convivência com o odor dos cavalinhos. Mas há que ser tolerante, os cavalinhos estão ali fazendo a alegria da criançada há décadas.
Nos primeiros passos a branquíssima garça chamou atenção. Saquei o celular e me dispus a fotografá-la. Só que a paciente ave não permite a aproximação humana, um bípede em que ela mui sabiamente não confia nem um pouco. Antes que eu pudesse chegar suficientemente perto já estava ela em seu gracioso vôo na direção oposta.
Ficamos, eu e a garça, naquele jogo de aproxima e se manda durante algum tempo. O zoom do celular também não ajudava. Até que o bicho cansou-se da brincadeira e foi aninhar-se no alto da árvore onde sabia estar a salvo daquele humano chatinho.
No outro lado do lago encontramos um elemento tradicional dos sábados de aleluia que vem perdendo espaço no Rio de Janeiro: um Judas.
Sempre achei uma tradição um tanto agressiva esse negócio de pegar um boneco e sair malhando e tacando fogo. Alguma coisa que deve ter sua origem nos tempos da “santa” inquisição, um dos períodos mais nefastos da história das religiões. Mas tradição é tradição e aqui vai o registro em prol da curiosidade. Que Judas você malharia este ano?
O laguinho de Nogueira e sua “pista para caminhada” andam carecendo de uma boa repaginada. Jardins abandonados, pessoas fazendo churrasco em local impróprio e barracas instaladas na calçada impedindo a caminhada são apenas algumas das mazelas locais.
Fotos by Cariocadorio (abril de 2011)