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A Vemaguete

13 de julho de 2018

O Cariocadorio na Vemaguete:  Carnaval de 66

Esta Vemaguete foi o primeiro carro da minha família.  Nessa época os automóveis reinavam sozinhos como objetos de consumo dos adultos e da fantasia das crianças.  Não havia a concorrência dos computadores, celulares nem mesmo do gravador cassete à época. Rádios de pilha e  vitrolas não eram concorrentes à altura. As crianças disputavam que sabia mais sobre automóveis.

A nossa Vemaguete é do início de 1964.  Não era ainda o modelo 1001, lançado logo após,  que tinha como característica as portas abrindo pra frente como os demais carros.  A cor era azul clara, exigência do velho que não gostava do saia e blusa comum na época.  O estofamento era vermelho.

Naquele ano o Rio de Janeiro viveu momentos de tensão com o golpe de 64. A Vemaguete teve lá a sua participação.  Morávamos na Pinheiro Machado e a rua ficou bloqueada com barricadas em frente ao Palácio Guanabara.  Carros do exército tomaram a rua e a família achou melhor sair dali.  Pegamos a rua Paissandu, onde em alguns lugares tivemos que passar por cima da calçada.  Carros da prefeitura, cinza com listra amarela, bloqueavam a rua. Numa dessas, o para-lama direito da Vemaguete novinha raspou na parede.  Na Presidente Vargas cruzamos com vários blindados mas o caminho até o Lins foi tranquilo.

Na foto a Vemaguete aparece no Lins de Vasconcelos, pilotada por este Cariocadorio fantasiado de índio.  Era o carnaval de 1966. Na grade dianteira, a inicial do sobrenome da família personalizava o carango.

Foto: Vemaguete 64 (Fev. 66) Acervo pessoal Cariocadorio.  Proibida a reprodução sem autorização prévia. 

 

Vemaguete

7 de janeiro de 2010

Vemaguete 64 no Carnaval de 66

Este DKW Vemag foi o primeiro carro da minha família.  Nessa época os automóveis reinavam sozinhos como objetos de consumo dos adultos e do mundo de fantasia das crianças.  Não havia a concorrência dos computadores e dos video games. Os rádios de pilha e  as vitrolas não eram concorrentes à altura. As crianças observavam carros como a modernidade do momento e era comum disputar quem conhecia mais a respeito. 

A nossa Vemaguete foi adquirida no início de 1964.  Não era ainda o modelo 1001, lançado logo após,  que tinha como característica as portas abrindo pra frente como os demais carros.  A cor era azul clara , exigência do velho que não gostava do saia e blusa comum na época.  O estofamento era vermelho.  Como meu pai não dirigia e nem queria saber disso, meu primo Marcus foi buscá-la com ele.  Depois, minha mãe era quem dirigia.  Aliás, foi ela que forçou a barra tirando a carteira de motorista e insistindo na compra. 

Naquele ano o Rio de Janeiro viveu momentos de tensão com o golpe de 64. A Vemaguete teve lá a sua participação.  Morávamos na Pinheiro Machado e a rua ficou bloqueada com barricadas de sacos de areia em frente ao Palácio Guanabara.  Houve movimento de carros do exército na rua e a família achou melhor sair dali.  Lembro-me que saímos pela rua Paissandu, onde em alguns lugares tivemos que passar por cima da calçada.  Carros da prefeitura ou do estado, cinza com listra amarela, bloqueavam a rua. Numa dessas, o paralama direito da Vemaguete novinha raspou na parede.  Na Presidente Vargas cruzamos com vários blindados mas o caminho até o Lins foi tranquilo.

Na foto a Vemaguete aparece na rua Raul Barroso, pilotada por este Cariocadorio fantasiado de índio.  Era o carnaval de 1966. Vê-se o detalhe da grade dianteira com a inicial do sobrenome da família.  Era comum este tipo de personalização nos DKW naquela época.

Foto: Vemaguete 64 (Fev. 66) Acervo pessoal Cariocadorio.  Proibida a reprodução sem autorização prévia.